O Papa juntou no discurso de Natal dois conceitos que me parecem antagónicos. Por um lado apelou a uma maior liberdade religiosa (numa alusão à necessidade de tolerância religiosa por parte dos países Islâmicos) mas por outro lado recusou a União de Facto como forma de união entre duas pessoas.
Ora, a meu ver, a diferença entre o casamento e a união de facto, como o Vaticano a vê, é do domínio da crença religiosa. À parte as questões burocráticas que deviam ser ultrapassadas, a diferença substancial é que aceitação a união de facto abre o caminho para os casais do mesmo sexo. E a rejeição de uma união desse teor é, em minha opinião apenas baseada no preconceito religioso, que devia estar abrangido pela tal tolerância religiosa.
quarta-feira, dezembro 27, 2006
terça-feira, dezembro 26, 2006
Sadam Hussein Vai Ser Executado nos Próximos 30 Dias
A pena de morte é desumana. Fica o apelo à comutação da pena. É nos casos extremos que se afirmam as convicções. O governo Português devia apelar à clemência.
Santa Clause, Go Straight to the Ghetto
James Brown Morreu no Dia de Natal.
Fica a música (e a vida) dele.
Santa Clause, go straight to the ghetto.
Pitch up your reindeer. Uh!
Go straight to the ghetto.
Santa Clause, go straight to the ghetto.
And every stockings you buy,
The kids are gonna love you. So, Uh!
Leave a toy for Johnny.
Leave a dog for Mary.
Leave something pretty for Donnie.
And don't forget about Gary.
Santa Clause, go straight to the ghetto.
Santa Clause, go straight to the ghetto.
Tell him James Brown sent you. Ha!
Go straight to the ghetto.
You know that I know that you will see
Cause' that was once. Me.
Hit it! Hit it!
You see mothers and soul brothers.
Santa Clause, go straight to the ghetto.
Santa Clause, oh lord, go straight to the ghetto.
And every stockings you buy,
The kids are gonna love you.
So, pick up a stocking you find.
You'll know they need you.
So, I'm begging you Santa Clause,
Go straight to the ghetto.
If anyone wanna know,
Tell him James Brown told you.
So, Santa Clause, go straight to the ghetto.
Never thought I realized, I'll be singing a song
With one of you. My!
Santa Clause, go straight to the ghetto.
Don't leave nothing for me.
I have you. Can't you see?
Santa Clause, go straight to the ghetto.
Santa Clause, the soul brothers need you.
So, Santa Clause, tell him James Brown sent you...
Fica a música (e a vida) dele.
Santa Clause, go straight to the ghetto.
Pitch up your reindeer. Uh!
Go straight to the ghetto.
Santa Clause, go straight to the ghetto.
And every stockings you buy,
The kids are gonna love you. So, Uh!
Leave a toy for Johnny.
Leave a dog for Mary.
Leave something pretty for Donnie.
And don't forget about Gary.
Santa Clause, go straight to the ghetto.
Santa Clause, go straight to the ghetto.
Tell him James Brown sent you. Ha!
Go straight to the ghetto.
You know that I know that you will see
Cause' that was once. Me.
Hit it! Hit it!
You see mothers and soul brothers.
Santa Clause, go straight to the ghetto.
Santa Clause, oh lord, go straight to the ghetto.
And every stockings you buy,
The kids are gonna love you.
So, pick up a stocking you find.
You'll know they need you.
So, I'm begging you Santa Clause,
Go straight to the ghetto.
If anyone wanna know,
Tell him James Brown told you.
So, Santa Clause, go straight to the ghetto.
Never thought I realized, I'll be singing a song
With one of you. My!
Santa Clause, go straight to the ghetto.
Don't leave nothing for me.
I have you. Can't you see?
Santa Clause, go straight to the ghetto.
Santa Clause, the soul brothers need you.
So, Santa Clause, tell him James Brown sent you...
domingo, dezembro 24, 2006
Já não Há Pachorra!!
Encontrado no Jornal de Notícias via Blasfémias (bolds da minha responsabilidade)
Não haverá tolerância de ponto para os funcionários da Câmara do Porto, na próxima terça-feira, dia 26. Uma decisão comunicada aos trabalhadores pelo vereador dos Recursos Humanos, Sampaio Pimentel,que considera ser, no mínimo, "um gesto discutível" decretar tolerância para parte dos portugueses quando o país está em crise. [...]
Também o PCP da cidade reagiu. "É um perigoso precedente que põe em causa os direitos dos trabalhadores. Esta deliberação é fundamentada com argumentos demagógicos e populistas e assenta no crescente modo autocrático e anti-social de exercer o poder", acusa. Diz que se pretende transformar os trabalhadores no "bode expiatório" dos problemas da cidade, enquanto Rio "procura afirmar-se como salvador da Nação". A decisão, acusa, prejudica também os munícipes.
Não haverá tolerância de ponto para os funcionários da Câmara do Porto, na próxima terça-feira, dia 26. Uma decisão comunicada aos trabalhadores pelo vereador dos Recursos Humanos, Sampaio Pimentel,que considera ser, no mínimo, "um gesto discutível" decretar tolerância para parte dos portugueses quando o país está em crise. [...]
Também o PCP da cidade reagiu. "É um perigoso precedente que põe em causa os direitos dos trabalhadores. Esta deliberação é fundamentada com argumentos demagógicos e populistas e assenta no crescente modo autocrático e anti-social de exercer o poder", acusa. Diz que se pretende transformar os trabalhadores no "bode expiatório" dos problemas da cidade, enquanto Rio "procura afirmar-se como salvador da Nação". A decisão, acusa, prejudica também os munícipes.
sábado, dezembro 23, 2006
Para Quê?
in Público
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carmona Rodrigues, anunciou hoje que, até 2009, a cidade terá um total de 85 equipamentos desportivos a funcionar, o que representará a maior cobertura da Europa por habitante. Neste momento, a cidade tem 60 infra-estruturas desportivas, às quais se juntarão nos próximos três anos mais 25.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carmona Rodrigues, anunciou hoje que, até 2009, a cidade terá um total de 85 equipamentos desportivos a funcionar, o que representará a maior cobertura da Europa por habitante. Neste momento, a cidade tem 60 infra-estruturas desportivas, às quais se juntarão nos próximos três anos mais 25.
Câmara de Lisboa Anuncia Sindicância aos Serviços de Urbanismo
Aguardo com expectativa os resultados.
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Câmara Municipal de Lisboa,
Urbanismo
terça-feira, dezembro 19, 2006
Digam Eles o que Disserem...
Sob qualquer parâmetro de análise: duração, intensidade das escaramuças, vítimas, etc; o que se passa hoje no Iraque, na Palestina e no PP trata-se de guerra civíl.
sábado, dezembro 16, 2006
Engenharia Portuguesa Dá Cartas
Os dois últimos exemplos: ontem soube-se que o Professor Câmara (Professor na FCT/UNL e fundador da YDreams) recebeu o Prémio Pessoa e hoje soube-se que um mini-submarino autónomo desenvolvido pela Faculdade de Engenharia do Porto pode entrar no circuito comercial.
É verdade, a engenharia portuguesa continua a dar cartas e esta nova geração de universitários que esqueceram o umbigo e olharam para a indústra começa a fazer a diferença.
É verdade, a engenharia portuguesa continua a dar cartas e esta nova geração de universitários que esqueceram o umbigo e olharam para a indústra começa a fazer a diferença.
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Fechem os Jerónimos, Fechem a Torre de Belém e o Convento de Cristo...
Mas deixem-nos o Galeto. Não havia condições de Higiene na cozinha? E daí? Também nunca fui à cozinha. Aliás, raramente passei da esplanada...
Maria José Morgado Vai Coordenar a Investigação do Processo "Apito Dourado"
Pode ser que por fim se perceba esse famoso triângulo que, alegadamente, tanto tem prejudicado o nosso ordenamento territorial: Clubes de Futebol, Autarquias e Promotores Imobiliários.
quarta-feira, dezembro 13, 2006
Férias na Neve... Enquanto Há.
in Público
O sobre-aquecimento do planeta está a causar alterações no Árctico, região que, segundo uma equipa de cientistas norte-americanos, poderá ficar sem gelo durante o Verão a partir de 2040.
“Os efeitos do sobre-aquecimento estão a começar a mostrar a sua cara feia”, comentou Mark Serreze, cientista do National Snow and Ice Data Center da Universidade do Colorado, em Boulder.[...]
Os resultados da investigação [...] indicam que todos os meses de Setembro, a extensão de gelo pode reduzir-se tão drasticamente que, dentro de 20 anos, estará a desaparecer quatro vezes mais rapidamente do que em qualquer altura desde que existem registos.
“O gelo estará bastante estável até 2025 mas depois, começam os problemas”, disse Holland, no encontro de Outono da American Geophysical Union, em São Francisco.[...]
Apesar de estar longe do ponto de vista geográfico, o degelo no Árctico pode alterar os ecossistemas do planeta, a vida no mar e na terra, o clima, padrões de navegação e ainda as necessidades nacionais de defesa.
“Neste jogo vão haver vencedores e vencidos, mas penso que o balanço é negativo”, comentou Serreze.
Para a Rússia, “as rotas de navegação vão abrir-se, o que trará benefícios económicos”. “Para o Canadá, isto poderá representar um crescimento económico”.
O degelo poderá criar uma série de problemas, quer para a vida selvagem – como os ursos polares -, quer para os países. Todos terão de se adaptar e responder a novas fronteiras.[...]
Os cientistas acreditam que reduzir as emissões de gases com efeito de estufa poderia ajudar a abrandar o ritmo do degelo no Árctico.
O sobre-aquecimento do planeta está a causar alterações no Árctico, região que, segundo uma equipa de cientistas norte-americanos, poderá ficar sem gelo durante o Verão a partir de 2040.
“Os efeitos do sobre-aquecimento estão a começar a mostrar a sua cara feia”, comentou Mark Serreze, cientista do National Snow and Ice Data Center da Universidade do Colorado, em Boulder.[...]
Os resultados da investigação [...] indicam que todos os meses de Setembro, a extensão de gelo pode reduzir-se tão drasticamente que, dentro de 20 anos, estará a desaparecer quatro vezes mais rapidamente do que em qualquer altura desde que existem registos.
“O gelo estará bastante estável até 2025 mas depois, começam os problemas”, disse Holland, no encontro de Outono da American Geophysical Union, em São Francisco.[...]
Apesar de estar longe do ponto de vista geográfico, o degelo no Árctico pode alterar os ecossistemas do planeta, a vida no mar e na terra, o clima, padrões de navegação e ainda as necessidades nacionais de defesa.
“Neste jogo vão haver vencedores e vencidos, mas penso que o balanço é negativo”, comentou Serreze.
Para a Rússia, “as rotas de navegação vão abrir-se, o que trará benefícios económicos”. “Para o Canadá, isto poderá representar um crescimento económico”.
O degelo poderá criar uma série de problemas, quer para a vida selvagem – como os ursos polares -, quer para os países. Todos terão de se adaptar e responder a novas fronteiras.[...]
Os cientistas acreditam que reduzir as emissões de gases com efeito de estufa poderia ajudar a abrandar o ritmo do degelo no Árctico.
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Aquecimento Global,
Ecologia
segunda-feira, dezembro 11, 2006
Hoje Dançam mais Leves
O texto mais perturbador que me foi dado ler até hoje foi o relato de uma rapariga de 3 anos torturada em frente à mãe para obtenção de informações.
Eu sei que podia ter sido em muitos lados, sei que ainda ocorre hoje, mas este caso ocorreu no Chile de Pinochet. E, não querendo minimizar os milhares de outros torturados e mortos, só este caso deveria ter sido suficiente para que Pinochet não morresse impune.
No entanto, apesar da morte em impunidade do ditador, sei que muitas mães dançarão mais leves esta noite.
Sting - They Dance Alone
Why are there women here dancing on their own?
Why is there this sadness in their eyes?
Why are the soldiers here
Their faces fixed like stone?
I can't see what it is that they dispise
They're dancing with the missing
They're dancing with the dead
They dance with the invisible ones
Their anguish is unsaid
They're dancing with their fathers
They're dancing with their sons
They're dancing with their husbands
They dance alone They dance alone
It's the only form of protest they're allowed
I've seen their silent faces scream so loud
If they were to speak these words they'd go missing too
Another woman on a torture table what else can they do
They're dancing with the missing
They're dancing with the dead
They dance with the invisible ones
Their anguish is unsaid
They're dancing with their fathers
They're dancing with their sons
They're dancing with their husbands
They dance alone They dance alone
One day we'll dance on their graves
One day we'll sing our freedom
One day we'll laugh in our joy
And we'll dance
One day we'll dance on their graves
One day we'll sing our freedom
One day we'll laugh in our joy
And we'll dance
Ellas danzan con los desaparecidos
Ellas danzan con los muertos
Ellas danzan con amores invisibles
Ellas danzan con silenciosa angustia
Danzan con sus pardres
Danzan con sus hijos
Danzan con sus esposos
Ellas danzan solas
Danzan solas
Hey Mr. Pinochet
You've sown a bitter crop
It's foreign money that supports you
One day the money's going to stop
No wages for your torturers
No budget for your guns
Can you think of your own mother
Dancin' with her invisible son
They're dancing with the missing
They're dancing with the dead
They dance with the invisible ones
They're anguish is unsaid
They're dancing with their fathers
They're dancing with their sons
They're dancing with their husbands
They dance alone
They dance alone
Eu sei que podia ter sido em muitos lados, sei que ainda ocorre hoje, mas este caso ocorreu no Chile de Pinochet. E, não querendo minimizar os milhares de outros torturados e mortos, só este caso deveria ter sido suficiente para que Pinochet não morresse impune.
No entanto, apesar da morte em impunidade do ditador, sei que muitas mães dançarão mais leves esta noite.
Sting - They Dance Alone
Why are there women here dancing on their own?
Why is there this sadness in their eyes?
Why are the soldiers here
Their faces fixed like stone?
I can't see what it is that they dispise
They're dancing with the missing
They're dancing with the dead
They dance with the invisible ones
Their anguish is unsaid
They're dancing with their fathers
They're dancing with their sons
They're dancing with their husbands
They dance alone They dance alone
It's the only form of protest they're allowed
I've seen their silent faces scream so loud
If they were to speak these words they'd go missing too
Another woman on a torture table what else can they do
They're dancing with the missing
They're dancing with the dead
They dance with the invisible ones
Their anguish is unsaid
They're dancing with their fathers
They're dancing with their sons
They're dancing with their husbands
They dance alone They dance alone
One day we'll dance on their graves
One day we'll sing our freedom
One day we'll laugh in our joy
And we'll dance
One day we'll dance on their graves
One day we'll sing our freedom
One day we'll laugh in our joy
And we'll dance
Ellas danzan con los desaparecidos
Ellas danzan con los muertos
Ellas danzan con amores invisibles
Ellas danzan con silenciosa angustia
Danzan con sus pardres
Danzan con sus hijos
Danzan con sus esposos
Ellas danzan solas
Danzan solas
Hey Mr. Pinochet
You've sown a bitter crop
It's foreign money that supports you
One day the money's going to stop
No wages for your torturers
No budget for your guns
Can you think of your own mother
Dancin' with her invisible son
They're dancing with the missing
They're dancing with the dead
They dance with the invisible ones
They're anguish is unsaid
They're dancing with their fathers
They're dancing with their sons
They're dancing with their husbands
They dance alone
They dance alone
Sou um dos Idiotas que Compram DVDs
Pois é, todos os outros sacam o que querem da net, ou então pedem emprestado/alugam e fazem cópias. No entanto, eu e a minha maria gostamos de ter os DVDs.
Apesar disso, adicionalmente ao já irritante aviso de copyright que não se pode saltar, agora temos um anúncio/aviso/ameaça acerca de downloads ilegais que também não se pode saltar. Eu comprei o DVD! Não me ameacem para não o obter ilegalmente da net! Já o comprei! Não preciso de o sacar da net porque já o tenho!
Mereciam que para a proxima eu sacasse o filme da net sem avisos irritantes!!
PS: By the way, comprei a primeira temporada do House M.D.
Apesar disso, adicionalmente ao já irritante aviso de copyright que não se pode saltar, agora temos um anúncio/aviso/ameaça acerca de downloads ilegais que também não se pode saltar. Eu comprei o DVD! Não me ameacem para não o obter ilegalmente da net! Já o comprei! Não preciso de o sacar da net porque já o tenho!
Mereciam que para a proxima eu sacasse o filme da net sem avisos irritantes!!
PS: By the way, comprei a primeira temporada do House M.D.
sábado, dezembro 09, 2006
sexta-feira, dezembro 08, 2006
Portugal entre os Países Menos Corruptos
A Transparancy International colocou Portugal na sua lista de (24) países menos corruptos.
A NASA Voltou a Adiar o Envio de um Vaivem
Têem tanto medo de lançar vaivens que qualquer desculpa serve para adiar. Se há área em que está tudo na mesma é a da exploração espacial. Pode ser que com a entrada dos privados na corrida alguma coisa mude.
quinta-feira, dezembro 07, 2006
O Cavalo de Troia
A integração da Turquia na União Europeia está na ordem do dia. Os Europeus, que a não querem, argumentam com a não abertura dos portos e aeroportos Turcos aos cipriotas Gregos. Mais uma vez Gregos e Troianos encontram-se frente a frente, e Tróia, cercada, experimenta concessões. Hoje soube-se que estão dispostos a abrir um porto e um aeroporto ao tráfego Cipriota Grego.
Os americanos e, mais recentemente, o Vaticano defendem a integração - pelo menos frente aos Turcos. A eles juntam-se alguns sectores de entre os Europeus e os Turcos pró-ocidentais. Mas tanto de um lado como do outro todos prevêem um novo Cavalo de Tróia. O resultado é que é mais duvidoso: teremos a ocidentalização da Turquia ou a Islamização do Ocidente?
Os americanos e, mais recentemente, o Vaticano defendem a integração - pelo menos frente aos Turcos. A eles juntam-se alguns sectores de entre os Europeus e os Turcos pró-ocidentais. Mas tanto de um lado como do outro todos prevêem um novo Cavalo de Tróia. O resultado é que é mais duvidoso: teremos a ocidentalização da Turquia ou a Islamização do Ocidente?
segunda-feira, outubro 30, 2006
O Multiculturalismo é um Pau de Dois Bicos
Sob a capa da tolerância temos (na Europa e muito em particular na França) permitido a criação de sociedades guetizadas, em que diferentes comunidades se cruzam mas não se misturam. Sob o pretexto da liberdade de expressão e identidade cultural temos permitido que comunidades se fechem sobre elas próprias (véu, mutilação genital feminina, etc) à medida que as vamos menorizando. As diferenças é que são identitárias. Quanto mais formos menorizando essas comunidades mais elas se protegerão nessas salvaguardas de orgulho identitário.
E o medo do diferente faz o resto.
Assistindo ao que se tem vindo a repetir em França lembro-me d'"O Estrangeiro" do Camus, que li há muitos anos. Na ausência do original fica aqui o "Killing an Arab" dos The Cure, música inspirada nesse livro.
Standing on the beach
With a gun in my hand
Staring at the sky
Staring at the sand
Staring down the barrel
At the arab on the ground
See his open mouth
But I hear no sound
I'm alive
I'm dead
I'm a stranger
Killing an arab
I can turn
And walk away
Or I can fire the gun
Staring at the sky
Staring at the sun
Whichever I choose
It amounts to the same
Absolutely nothing
I'm alive
I'm dead
I'm a stranger
Killing an arab
I feel the silver jump
Smooth in my hand
Staring at the sea
Staring at the sand
Staring at myself
Reflected in the eyes
Of the dead man on the beach
The dead man on the beach
I'm alive
I'm dead
I'm the stranger
Killing an arab
E o medo do diferente faz o resto.
Assistindo ao que se tem vindo a repetir em França lembro-me d'"O Estrangeiro" do Camus, que li há muitos anos. Na ausência do original fica aqui o "Killing an Arab" dos The Cure, música inspirada nesse livro.
Standing on the beach
With a gun in my hand
Staring at the sky
Staring at the sand
Staring down the barrel
At the arab on the ground
See his open mouth
But I hear no sound
I'm alive
I'm dead
I'm a stranger
Killing an arab
I can turn
And walk away
Or I can fire the gun
Staring at the sky
Staring at the sun
Whichever I choose
It amounts to the same
Absolutely nothing
I'm alive
I'm dead
I'm a stranger
Killing an arab
I feel the silver jump
Smooth in my hand
Staring at the sea
Staring at the sand
Staring at myself
Reflected in the eyes
Of the dead man on the beach
The dead man on the beach
I'm alive
I'm dead
I'm the stranger
Killing an arab
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Direitos Humanos,
Multiculturalismo
sexta-feira, outubro 27, 2006
Mudança de Paradigma
As TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) estão a mudar, e com elas está a mudar a forma como vemos o mundo.
Com o advento dos computadores nos anos 60 as pessoas deslocavam-se ao computador. A geração seguinte tinha terminais "estúpidos". As pessoas não tinham de se deslocar ao computador, mas todo o processamento estava centralizado. Este modelo ainda hoje se aplica (com as devidas diferenças) nos Mainfraims. Foram os tempos áureos da IBM.
Deste modelo passámos à proliferação de PCs. Computadores pessoais por todo o lado, o processamento totalmente distribuído e custos de manutenção astronómicos. Foram (são) os tempos áureos da Microsoft.
A Sun com o Java, apoiada pela IBM tentaram voltar a mudar o paradigma. Em vez de um computador central passávamos a ter uma rede de computadores (a Internet) onde residiam as nossas aplicações e os nossos dados. Era uma espécie de regresso às origens mas com o processamento distribuído entre servidores e clientes (a nossa máquina). Esta tentativa pareceu falhar pois a Microsoft conseguiu "chutar" o Java para nichos. Apesar disso o pushing das tecnologias baseadas em Java e Linux continuou.
O Google (e não só) veio baralhar outra vez as coisas. As ofertas (gratuitas - passe a redundância) de webmail com espaço quase infindável para mensagens, de espaço par publicação de sites, de blogs, de agendas e mais recentemente de ferramentas de edição de texto e folha de cálculo, passando por inúmeras outras aplicações; tudo isto online, sem custos de manutenção, tem feito muita gente mudar para o Google. E estou a falar só do Google, existem no entanto muitas outras empresas a oferecer produtos concorrentes e/ou complementares destes. É o Google a "saltar em cima" da Microsoft.
Por exemplo, a aplicação "Docs&Spreadsheets" da Google permite usufruir de produtos concorrentes do Word e do Excel, online, que integram com os seus equivalentes da Microsoft, mas que permitem também colaboração. Neste momento estou a usar o blogger do Google para fazer este post, que de seguida submeterei ao spell-checker da barra do Google, quando publicado no meu blog estará acompanhado de publicidade da Google (adsense) e eu seguirei o seu pouco sucesso enquanto conteúdo via Google Analytics. Além destas ferramentas, no dia a dia uso ainda o webmail, o leitor de RSS e o Picasa (para as minhas fotos) todos da Google.
Claro que a Microsoft não está distraída. Está a lançar a versão live dos seus principais produtos. Nos EUA já é possível utilizar o Word e o Excel (entre outros) online. Mesmo por cá, o Messenger já está migrado para a versão Life.
Mas a grande questão, a grande mudança de paradigma, não está aqui. Aquilo para o qual queria chamar a atenção é para o facto de o império Google ser todo baseado na venda de publicidade. Os conteúdos não importam. O que importa é a sua capacidade de atrair visitantes e clicks (é verdade, por cada click que é feito na publicidade presente no meu site eu ganho algum dinheiro, e como eu mais alguns milhões de produtores de conteúdos). É para isso que a Google oferece ferramentas. É por isso que a Google comprou a Youtube. Pelas visitas e pelo facto de todos os dias milhares (milhões?) de pessoas lá colocarem voluntariamente conteúdos.
A procura de conteúdos para vender publicidade não é novidade. É este o negócio de todas as TVs em canal aberto. É este o negócio dos jornais (e não falo só dos de distribuição gratuita, nos outros o custo do jornal mal paga o papel). Foi essa a razão pela qual Ted Turner comprou uma equipa de basebol, comprou grande parte dos filmes clássicos de Holywood (pintou alguns deles) e fundou a CNN. A procura de conteúdos baratos que atraiam público.
E os conteúdos quando são pagos têm de justificar em share de audiência. Por isso as séries são escritas por forma a conseguir "sobreviver" aos intervalos publicitários sem serem vítimas do zapping. Todo o ritmo da narrativa dos argumentos televisivos é desenhado em função dos intervalos. São mecanismos eficazes de captar a atenção para publicidade sem que isso os prejudique em termos de audiência. A honrosa excepção é a HBO. Não vive da publicidade mas sim das subscrições.
Mas a realidade insiste em mudar, e muitos dos conteúdos deixaram de ser consumidos na TV, não vendendo desse modo publicidade, e deixaram de ser comprados, passando a ser "descarregados" da Internet ilegalmente. E por mais campanhas que se façam, esta é a realidade.
Por isso a responsável máxima da Disney disse que a pirataria tinha de ser encarada como um modelo de negócio. Claro! Desde sempre o que se procurou foram audiências. O que é que o acesso fácil aos filmes da Disney, via Internet faz? Aumenta as audiências globais desses conteúdos. Como lucrar com isso? Fácil. Da mesma forma que já o fazem: através do product placement, em merchandising, no Happy Meal da MacDonalds e de muitas outras formas. Não nos iludamos. Andamos a pagar os conteúdos que descarregamos ilegalmente da Internet. Paga-mo-los no centro comercial quando compramos os produtos que eles promoveram.
Com o advento dos computadores nos anos 60 as pessoas deslocavam-se ao computador. A geração seguinte tinha terminais "estúpidos". As pessoas não tinham de se deslocar ao computador, mas todo o processamento estava centralizado. Este modelo ainda hoje se aplica (com as devidas diferenças) nos Mainfraims. Foram os tempos áureos da IBM.
Deste modelo passámos à proliferação de PCs. Computadores pessoais por todo o lado, o processamento totalmente distribuído e custos de manutenção astronómicos. Foram (são) os tempos áureos da Microsoft.
A Sun com o Java, apoiada pela IBM tentaram voltar a mudar o paradigma. Em vez de um computador central passávamos a ter uma rede de computadores (a Internet) onde residiam as nossas aplicações e os nossos dados. Era uma espécie de regresso às origens mas com o processamento distribuído entre servidores e clientes (a nossa máquina). Esta tentativa pareceu falhar pois a Microsoft conseguiu "chutar" o Java para nichos. Apesar disso o pushing das tecnologias baseadas em Java e Linux continuou.
O Google (e não só) veio baralhar outra vez as coisas. As ofertas (gratuitas - passe a redundância) de webmail com espaço quase infindável para mensagens, de espaço par publicação de sites, de blogs, de agendas e mais recentemente de ferramentas de edição de texto e folha de cálculo, passando por inúmeras outras aplicações; tudo isto online, sem custos de manutenção, tem feito muita gente mudar para o Google. E estou a falar só do Google, existem no entanto muitas outras empresas a oferecer produtos concorrentes e/ou complementares destes. É o Google a "saltar em cima" da Microsoft.
Por exemplo, a aplicação "Docs&Spreadsheets" da Google permite usufruir de produtos concorrentes do Word e do Excel, online, que integram com os seus equivalentes da Microsoft, mas que permitem também colaboração. Neste momento estou a usar o blogger do Google para fazer este post, que de seguida submeterei ao spell-checker da barra do Google, quando publicado no meu blog estará acompanhado de publicidade da Google (adsense) e eu seguirei o seu pouco sucesso enquanto conteúdo via Google Analytics. Além destas ferramentas, no dia a dia uso ainda o webmail, o leitor de RSS e o Picasa (para as minhas fotos) todos da Google.
Claro que a Microsoft não está distraída. Está a lançar a versão live dos seus principais produtos. Nos EUA já é possível utilizar o Word e o Excel (entre outros) online. Mesmo por cá, o Messenger já está migrado para a versão Life.
Mas a grande questão, a grande mudança de paradigma, não está aqui. Aquilo para o qual queria chamar a atenção é para o facto de o império Google ser todo baseado na venda de publicidade. Os conteúdos não importam. O que importa é a sua capacidade de atrair visitantes e clicks (é verdade, por cada click que é feito na publicidade presente no meu site eu ganho algum dinheiro, e como eu mais alguns milhões de produtores de conteúdos). É para isso que a Google oferece ferramentas. É por isso que a Google comprou a Youtube. Pelas visitas e pelo facto de todos os dias milhares (milhões?) de pessoas lá colocarem voluntariamente conteúdos.
A procura de conteúdos para vender publicidade não é novidade. É este o negócio de todas as TVs em canal aberto. É este o negócio dos jornais (e não falo só dos de distribuição gratuita, nos outros o custo do jornal mal paga o papel). Foi essa a razão pela qual Ted Turner comprou uma equipa de basebol, comprou grande parte dos filmes clássicos de Holywood (pintou alguns deles) e fundou a CNN. A procura de conteúdos baratos que atraiam público.
E os conteúdos quando são pagos têm de justificar em share de audiência. Por isso as séries são escritas por forma a conseguir "sobreviver" aos intervalos publicitários sem serem vítimas do zapping. Todo o ritmo da narrativa dos argumentos televisivos é desenhado em função dos intervalos. São mecanismos eficazes de captar a atenção para publicidade sem que isso os prejudique em termos de audiência. A honrosa excepção é a HBO. Não vive da publicidade mas sim das subscrições.
Mas a realidade insiste em mudar, e muitos dos conteúdos deixaram de ser consumidos na TV, não vendendo desse modo publicidade, e deixaram de ser comprados, passando a ser "descarregados" da Internet ilegalmente. E por mais campanhas que se façam, esta é a realidade.
Por isso a responsável máxima da Disney disse que a pirataria tinha de ser encarada como um modelo de negócio. Claro! Desde sempre o que se procurou foram audiências. O que é que o acesso fácil aos filmes da Disney, via Internet faz? Aumenta as audiências globais desses conteúdos. Como lucrar com isso? Fácil. Da mesma forma que já o fazem: através do product placement, em merchandising, no Happy Meal da MacDonalds e de muitas outras formas. Não nos iludamos. Andamos a pagar os conteúdos que descarregamos ilegalmente da Internet. Paga-mo-los no centro comercial quando compramos os produtos que eles promoveram.
terça-feira, outubro 24, 2006
domingo, outubro 22, 2006
Voto Sim mas...
Que não haja dúvida em relação à minha posição no que concerne ao referendo da IVG. Vou votar sim à despenalização e vou fazer campanha activa.
No entanto o PCP tem razão. Há questões que não se referendam. E o direito das mulheres a interromperem, numa fase precoce, uma gravidez indesejada não deve ser referendável. Não é aceitável o referendo quer se concorde, tratando-se de uma questão de direitos fundamentais das mulheres, quer se discorde, tratando-se de uma questão do direito à vida.
Não se referenda a Pena de Morte, não se referenda a Democracia, não se devia referendar a IVG.
O grande problema foi o primeiro referendo. Realizado o primeiro referendo o segundo é inevitável. A conjugação da vontade do aprendiz de Maquiavel Rebelo de Sousa de ter uma vitória política, aliada à vontade do Beato Guterres de dar mais uma oportunidade ao não, indo de encontro à sua convicção sobre o assunto, acabou por levar a esta situação em que teremos de referendar esta questão sempre que queiramos alterar a legislação.
Esperemos que não estejamos a criar um precedente que abra uma caixa de Pandora.
No entanto o PCP tem razão. Há questões que não se referendam. E o direito das mulheres a interromperem, numa fase precoce, uma gravidez indesejada não deve ser referendável. Não é aceitável o referendo quer se concorde, tratando-se de uma questão de direitos fundamentais das mulheres, quer se discorde, tratando-se de uma questão do direito à vida.
Não se referenda a Pena de Morte, não se referenda a Democracia, não se devia referendar a IVG.
O grande problema foi o primeiro referendo. Realizado o primeiro referendo o segundo é inevitável. A conjugação da vontade do aprendiz de Maquiavel Rebelo de Sousa de ter uma vitória política, aliada à vontade do Beato Guterres de dar mais uma oportunidade ao não, indo de encontro à sua convicção sobre o assunto, acabou por levar a esta situação em que teremos de referendar esta questão sempre que queiramos alterar a legislação.
Esperemos que não estejamos a criar um precedente que abra uma caixa de Pandora.
sexta-feira, outubro 20, 2006
Chamem-me Reaccionário...
...mas a expulsão dos ocupantes do Rivoli só pecou por tardia. E eu não sou nem suspeito de ser fã do Rui Rio.
Concordo com intervenção e protestos, não com ocupação. Concordo com a necessidade do serviço público, não com a necessidade de gestão pública. Não sei o serviço público está garantido neste caso - se não estiver concordo com a essência do protesto mas não com o método.
Concordo com intervenção e protestos, não com ocupação. Concordo com a necessidade do serviço público, não com a necessidade de gestão pública. Não sei o serviço público está garantido neste caso - se não estiver concordo com a essência do protesto mas não com o método.
sábado, outubro 14, 2006
O Alçapão
Vi, por fim, o filme "Uma porta no chão" . Há muito que estava na minha lista mas apanhei-o por acaso na televisão.
O filme é baseado num romance de John Irving (autor do fabuloso "The World According to Garp" ou do "The Cider House Rules") e conta com dois grandes papeis de Jeff Bridges (não sabe representar mal) e Kim Basinger. Conta ainda, a título de curiosidade, com Elle Fanning, irmã mais nova da excelente Dakota Fanning (a representação corre-lhes nas veias).
Trata-se da estória de um casal, Ted e Marion Cole, que perdeu os dois filhos num acidente. Ted é um escritor de sucesso de estórias para crianças. O filme desenrola-se passados já uns anos sobre a tragédia, já o casal "refez" a vida, teve uma nova filha e transformou a casa num mausoleu fotográfico. O casal enfiou, como pode, o trauma vivido num alçapão - a "porta no chão" da estória de Ted, uma espécie de caixa de Pandora de medos ancestrais.
A porta é aberta, e o torpor da luta diária contra a memória dissipado, com a chegada de Eddie, um estudante que vem ajudar Ted na tarefa de revisão. Ted escolheu Eddie pela semelhança física com um dos filhos perdidos e atribui-lhe tarefas que lhe deixam muito tempo livre, para conviver com Marion.
Ora, o que acontece quando se deixa um adolescente junto a uma Kim Basinger intocada pela idade? Ele apaixona-se gerando um gatilho "edipiano" que precipita a situação.
Dito assim parece um argumento da Floribela, mas, acreditem, é falta de habilidade do escriba. O resultado final merece ser visto.
Por considerar os comentários que silvano_ricci aqui colocou demasiados interessantes para que pasem despercebidos, passo a transcrever parte do "diálogo" que se gerou nos comentários:
silvano_ricci said...
Também gostei muito, e também apreciei a coragem de vários aspecto abordados, como o "gatilho edipiano". Mas confesso que, logo após o final, senti dificuldade em levantar-me do sofá. Foi um rude golpe, um soco bem na cana do nariz, nenhum dos personagens ter sido salvo com uma qualquer mudança de rumo que atenuasse um pouco aquele drama insanável e tão difícil de digerir. É um alçapão de emoções. Um filme denso, inteligente e cruel. Denso pela enorme interioridade de cada personagem, inteligente porque muito do que nos é dito não passa pelos diálogos, cruel porque não há um desfecho com alguma esperança no fim (todos pensamos na pequena Fanning...). Estava à espera de um climax que reaproximasse Eddie e Ted. Pensei que o rapaz, elo de ligação entre todas as personagens, interviesse no sentido de proporcionar a Ted a catarse que ele tanto precisava, e que daí renascesse uma espécie de amizade que pudesse de alguma forma colmatar o desaparecimento de Marion.
Mas não me foi dado o doce.
Eddie teve a sua experiência sexual e a sua estória para crescer como escritor. Não percebemos muito bem o que aprendeu ou o que se transformou dentro da sua personalidade ainda em formação com toda esta vivência. Sabemos sim, que desenvolveu rapidamente um certo cinismo, que contrastou com a sua insegurança inicial.
Marion, como se esperava, não se transfigura, é quase uma entidade etéra no filme, pois já nada na vida a pode atingir nem surpreeender, nem dar prazer de viver. A sua alma em cacos fez-me lembrar a Kidman em "Birth" mas aqui o caso é ainda mais sério.
E Ted, entregue a si próprio, acabou naquela cena final em que entrou no alçapão. Sendo esteticamente bela, não percebi completamente o significado simbólico da cena: Que medos quis Ted enfrentar dentro de si mesmo? Que decisão tomou?
12:21 AM
João Carlos Silva said...
Uma das vertentes mais interessantes do filme é o facto de ter um final aberto.
Marion, qual criança da estória, deixa-se levar para o submundo, o alçapão para o mundo dos mortos. Leva com ela o legado, como se, ao levar com ela o que se passou, expiando a culpa (sentida), ela pudesse libertar a filha. Ted vive uma vida dupla. Um Jeckel&Hide que atravessa o alçapão entre os dois mundos: o do pai responsável da filha viva e o do pai dilacerado dos filhos mortos, sem esperança e entregue aos prazeres sedativos. Com a saída de cena de Marion e o fim do mausoleu, acabam-se os pontos de ligação entre os dois mundos. Com o tempo a filha acabará por esquecer as estórias e fotografias e será, por fim, possível colocar as duas facetas em compartimentos estanques, transformando o alçapão em câmara de descompressão de sentimentos e fantasmas.
8:36 PM
silvano_ricci said...
Não querendo revelar mais sobre o filme, sim, de facto os finais em aberto dão mais espaço para a discussão. Na minha opinião a personagem de Ted, por viver entre esses mesmos dois mundos, adquire uma grande profundidade. É ele que carrega quer o pathos quer o ethos do filme (ou seja, é portador não apenas da densidade dramática, tal como Marion, mas também da mensagem que se quer transmitir, o código ético que o realizador preconiza) sem no entanto ter a estrutura emocional e psicológica ideal. Mas é ele o rosto do esforço, por mais defeitos e deformações de carácter que tenha, é ele que no fundo lança a narrativa para frente no sentido de procurar encontrar uma solução: para o casal, para a dôr de ambos, para o futuro da filha. Liguei-me rapidamente a Ted e criei uma forte empatia. Incrivelmente uma das cenas que mais me comoveu foi quase a primeira, quando Ruth o procura à noite, assustada com o tal (genial) “som de alguém que não queria fazer som”. Ele levanta-se de sobressalto e a primeira coisa que faz, antes de apaziguar a filhota e ler-lhe uma estória, é colocar rapidamente os óculos e anotar logo a frase que ela acabara de debitar. Bastou essa cena para definir logo ali um personagem. Um grande personagem. E só por isso é que me desconsolei no fim (e desconsolar-me é bom, é sinal que vivi o filme intensamente) quando não é dado a Ted a compreensão de quem nos conta a história, parece que é um personagem abandonado pelo autor, castigado pelo autor. Isto depois daquela cena, escolhida para climácica, em que Ted conta a história que estivera fechada no alçapão o filme inteiro, à espera de (nos) ser contada (porque nós somos os olhos de Eddie, tal como ele também visitamos aquela família, olhamo-la pelos olhos de Eddie. Mas este no final diz-se moralmente superior a Ted, julga-o). E a estória que é contada até pode parecer gratuita, para quem não perceber logo a intenção com que Ted a conta. Quando este fala do pequeno pormenor, para Eddie não se esquecer do pequeno pormenor que é a diferença entre uma pequena e uma grande estória, nós percebemos melhor a função daquele climax. Dar a Eddie aquilo que ele foi lá procurar. Uma história para contar, um rumo, um fio condutor na sua vida de escritor. E Ted acaba sozinho, muito só na sua dor. Mas não é assim a vida? Cruel. Em duas palavras: grande filme. Só os grandes filmes nos motivam para escrever assim tanto sobre eles.
- "E desculpe lá, senhor Fernando Correia".
- "Não faz mal amigo, não tem que pedir desculpa. E agora liga-nos um ouvinte de Idanha-a-Nova, José António, Gerente Comercial..."
11:01 PM
O filme é baseado num romance de John Irving (autor do fabuloso "The World According to Garp" ou do "The Cider House Rules") e conta com dois grandes papeis de Jeff Bridges (não sabe representar mal) e Kim Basinger. Conta ainda, a título de curiosidade, com Elle Fanning, irmã mais nova da excelente Dakota Fanning (a representação corre-lhes nas veias).
Trata-se da estória de um casal, Ted e Marion Cole, que perdeu os dois filhos num acidente. Ted é um escritor de sucesso de estórias para crianças. O filme desenrola-se passados já uns anos sobre a tragédia, já o casal "refez" a vida, teve uma nova filha e transformou a casa num mausoleu fotográfico. O casal enfiou, como pode, o trauma vivido num alçapão - a "porta no chão" da estória de Ted, uma espécie de caixa de Pandora de medos ancestrais.
A porta é aberta, e o torpor da luta diária contra a memória dissipado, com a chegada de Eddie, um estudante que vem ajudar Ted na tarefa de revisão. Ted escolheu Eddie pela semelhança física com um dos filhos perdidos e atribui-lhe tarefas que lhe deixam muito tempo livre, para conviver com Marion.
Ora, o que acontece quando se deixa um adolescente junto a uma Kim Basinger intocada pela idade? Ele apaixona-se gerando um gatilho "edipiano" que precipita a situação.
Dito assim parece um argumento da Floribela, mas, acreditem, é falta de habilidade do escriba. O resultado final merece ser visto.
Por considerar os comentários que silvano_ricci aqui colocou demasiados interessantes para que pasem despercebidos, passo a transcrever parte do "diálogo" que se gerou nos comentários:
silvano_ricci said...
Também gostei muito, e também apreciei a coragem de vários aspecto abordados, como o "gatilho edipiano". Mas confesso que, logo após o final, senti dificuldade em levantar-me do sofá. Foi um rude golpe, um soco bem na cana do nariz, nenhum dos personagens ter sido salvo com uma qualquer mudança de rumo que atenuasse um pouco aquele drama insanável e tão difícil de digerir. É um alçapão de emoções. Um filme denso, inteligente e cruel. Denso pela enorme interioridade de cada personagem, inteligente porque muito do que nos é dito não passa pelos diálogos, cruel porque não há um desfecho com alguma esperança no fim (todos pensamos na pequena Fanning...). Estava à espera de um climax que reaproximasse Eddie e Ted. Pensei que o rapaz, elo de ligação entre todas as personagens, interviesse no sentido de proporcionar a Ted a catarse que ele tanto precisava, e que daí renascesse uma espécie de amizade que pudesse de alguma forma colmatar o desaparecimento de Marion.
Mas não me foi dado o doce.
Eddie teve a sua experiência sexual e a sua estória para crescer como escritor. Não percebemos muito bem o que aprendeu ou o que se transformou dentro da sua personalidade ainda em formação com toda esta vivência. Sabemos sim, que desenvolveu rapidamente um certo cinismo, que contrastou com a sua insegurança inicial.
Marion, como se esperava, não se transfigura, é quase uma entidade etéra no filme, pois já nada na vida a pode atingir nem surpreeender, nem dar prazer de viver. A sua alma em cacos fez-me lembrar a Kidman em "Birth" mas aqui o caso é ainda mais sério.
E Ted, entregue a si próprio, acabou naquela cena final em que entrou no alçapão. Sendo esteticamente bela, não percebi completamente o significado simbólico da cena: Que medos quis Ted enfrentar dentro de si mesmo? Que decisão tomou?
12:21 AM
João Carlos Silva said...
Uma das vertentes mais interessantes do filme é o facto de ter um final aberto.
Marion, qual criança da estória, deixa-se levar para o submundo, o alçapão para o mundo dos mortos. Leva com ela o legado, como se, ao levar com ela o que se passou, expiando a culpa (sentida), ela pudesse libertar a filha. Ted vive uma vida dupla. Um Jeckel&Hide que atravessa o alçapão entre os dois mundos: o do pai responsável da filha viva e o do pai dilacerado dos filhos mortos, sem esperança e entregue aos prazeres sedativos. Com a saída de cena de Marion e o fim do mausoleu, acabam-se os pontos de ligação entre os dois mundos. Com o tempo a filha acabará por esquecer as estórias e fotografias e será, por fim, possível colocar as duas facetas em compartimentos estanques, transformando o alçapão em câmara de descompressão de sentimentos e fantasmas.
8:36 PM
silvano_ricci said...
Não querendo revelar mais sobre o filme, sim, de facto os finais em aberto dão mais espaço para a discussão. Na minha opinião a personagem de Ted, por viver entre esses mesmos dois mundos, adquire uma grande profundidade. É ele que carrega quer o pathos quer o ethos do filme (ou seja, é portador não apenas da densidade dramática, tal como Marion, mas também da mensagem que se quer transmitir, o código ético que o realizador preconiza) sem no entanto ter a estrutura emocional e psicológica ideal. Mas é ele o rosto do esforço, por mais defeitos e deformações de carácter que tenha, é ele que no fundo lança a narrativa para frente no sentido de procurar encontrar uma solução: para o casal, para a dôr de ambos, para o futuro da filha. Liguei-me rapidamente a Ted e criei uma forte empatia. Incrivelmente uma das cenas que mais me comoveu foi quase a primeira, quando Ruth o procura à noite, assustada com o tal (genial) “som de alguém que não queria fazer som”. Ele levanta-se de sobressalto e a primeira coisa que faz, antes de apaziguar a filhota e ler-lhe uma estória, é colocar rapidamente os óculos e anotar logo a frase que ela acabara de debitar. Bastou essa cena para definir logo ali um personagem. Um grande personagem. E só por isso é que me desconsolei no fim (e desconsolar-me é bom, é sinal que vivi o filme intensamente) quando não é dado a Ted a compreensão de quem nos conta a história, parece que é um personagem abandonado pelo autor, castigado pelo autor. Isto depois daquela cena, escolhida para climácica, em que Ted conta a história que estivera fechada no alçapão o filme inteiro, à espera de (nos) ser contada (porque nós somos os olhos de Eddie, tal como ele também visitamos aquela família, olhamo-la pelos olhos de Eddie. Mas este no final diz-se moralmente superior a Ted, julga-o). E a estória que é contada até pode parecer gratuita, para quem não perceber logo a intenção com que Ted a conta. Quando este fala do pequeno pormenor, para Eddie não se esquecer do pequeno pormenor que é a diferença entre uma pequena e uma grande estória, nós percebemos melhor a função daquele climax. Dar a Eddie aquilo que ele foi lá procurar. Uma história para contar, um rumo, um fio condutor na sua vida de escritor. E Ted acaba sozinho, muito só na sua dor. Mas não é assim a vida? Cruel. Em duas palavras: grande filme. Só os grandes filmes nos motivam para escrever assim tanto sobre eles.
- "E desculpe lá, senhor Fernando Correia".
- "Não faz mal amigo, não tem que pedir desculpa. E agora liga-nos um ouvinte de Idanha-a-Nova, José António, Gerente Comercial..."
11:01 PM
quinta-feira, outubro 12, 2006
Défice Ecológico
A ONG New Economics Foundation publica um calendário em que assinala o dia do ano em que vários países entram em défice ecológico. Ou seja, o dia do ano em que já se consumiram todos os recursos que esse país será capaz de regenerar nesse ano.
Dia 2 de Março, ainda o ano está a começar, já a Holanda esgotou os seus recursos, no dia seguinte é a vez do Japão.
Em Abril entram no vermelho a Itália (dia 13), o Reino Unido (dia 16) e já no final (dia 29) a Grécia.
Dia 1 de Maio é a vez da Espanha, dia 6 a Suíça (quem diria), dia 13 somos nós (nem a Nossa Senhora de Fátima nos acode) e a 29 é a vez da Alemanha.
Os EUA esgotam os recursos a 24 de Junho (neste capítulo Bush fica melhor do que Sócrates na fotografia - e Bush nem foi ministro do ambiente).
A República Checa e a França aparecem em Julho; a Hungria, a Polónia e a Dinamarca em Agosto; A Turquia em Setembro. Em Novembro encontramos a Eslováquia.
O Mundo como um todo esgota os recursos a 23 de Outubro!
Dia 2 de Março, ainda o ano está a começar, já a Holanda esgotou os seus recursos, no dia seguinte é a vez do Japão.
Em Abril entram no vermelho a Itália (dia 13), o Reino Unido (dia 16) e já no final (dia 29) a Grécia.
Dia 1 de Maio é a vez da Espanha, dia 6 a Suíça (quem diria), dia 13 somos nós (nem a Nossa Senhora de Fátima nos acode) e a 29 é a vez da Alemanha.
Os EUA esgotam os recursos a 24 de Junho (neste capítulo Bush fica melhor do que Sócrates na fotografia - e Bush nem foi ministro do ambiente).
A República Checa e a França aparecem em Julho; a Hungria, a Polónia e a Dinamarca em Agosto; A Turquia em Setembro. Em Novembro encontramos a Eslováquia.
O Mundo como um todo esgota os recursos a 23 de Outubro!
Podemos Mandá-los para a Cama sem Sobremesa
China defende "medidas punitivas apropriadas" contra a Coreia do Norte .
Mais um Boa Iniciativa
Foi-me pedido que adicionasse um link para os "Italian Blogs for Darfur". Eles protestam contra a indiferença dos media Italianos em relação ao que se passa no Darfur. Embora não sendo Italiano acedi.
Esta era uma iniciativa que fazia todo o sentido em Portugal. Também em Portugal o genocídio em curso no Darfur é quase ignorado. Esperemos que também a blogosfera em Português se una para colmatar essa falta.
Esta era uma iniciativa que fazia todo o sentido em Portugal. Também em Portugal o genocídio em curso no Darfur é quase ignorado. Esperemos que também a blogosfera em Português se una para colmatar essa falta.
quarta-feira, outubro 11, 2006
É Desta que Ninguém nos Apanha
in Público
O ministro das Finanças assegurou hoje que a revisão em baixa do crescimento para a Zona Euro, na segunda metade do ano, não irá impedir que o Governo português reveja em sentido contrário as suas previsões para a economia portuguesa.
Fernando Teixeira dos Santos disse hoje no Parlamento que os dados divulgados pelo Eurostat não foram novidade para ele[...].
"A revisão em alta do crescimento económico [anunciada em Setembro] não é afectada por estas revisões", garantiu o ministro, pois nessa altura o Governo já tinha em conta esta evolução conjuntural.
Em Setembro e depois do Instituto Nacional de Estatística (INE) ter divulgado as contas nacionais semestrais, o ministro das Finanças disse que iria corrigir em alta o crescimento da economia portuguesa para 2006, acima dos 1,1 por cento previstos pelo Governo, na altura da entrega do orçamento de Estado para 2007.
O ministro das Finanças assegurou hoje que a revisão em baixa do crescimento para a Zona Euro, na segunda metade do ano, não irá impedir que o Governo português reveja em sentido contrário as suas previsões para a economia portuguesa.
Fernando Teixeira dos Santos disse hoje no Parlamento que os dados divulgados pelo Eurostat não foram novidade para ele[...].
"A revisão em alta do crescimento económico [anunciada em Setembro] não é afectada por estas revisões", garantiu o ministro, pois nessa altura o Governo já tinha em conta esta evolução conjuntural.
Em Setembro e depois do Instituto Nacional de Estatística (INE) ter divulgado as contas nacionais semestrais, o ministro das Finanças disse que iria corrigir em alta o crescimento da economia portuguesa para 2006, acima dos 1,1 por cento previstos pelo Governo, na altura da entrega do orçamento de Estado para 2007.
terça-feira, outubro 10, 2006
Grandes Putos...
Virar um resultado de 4-1 é espantoso. É uma demonstração de confiança em que eu não acreditava. O futuro do futebol Português está bem entregue.
Coreia do Norte Já Domina Tecnologia Nuclear
Felizmente que com o Sadham preso e o Iraque democratizado a Coreia do Norte não pode vender armas a esse facínora. Isso sim, seria perigoso.
segunda-feira, outubro 09, 2006
Continua a Tragédia no Darfur
A Unicef estima que morram diariamente no Darfur cerca de 80 crianças com menos de cinco anos.
A ONU diz que a guerra civil (desde que começou em Fevereiro de 2003) terá causado, pelo menos, 200 mil mortos, a maioria civis.
No entanto os combates continuam. Cada vez se ouvem mais apelos a uma intervenção (existe, por exemplo, um apelo on-line da Amnistia Internacional) mas não será outra Somália? Eu assinei a petição.
A ONU diz que a guerra civil (desde que começou em Fevereiro de 2003) terá causado, pelo menos, 200 mil mortos, a maioria civis.
No entanto os combates continuam. Cada vez se ouvem mais apelos a uma intervenção (existe, por exemplo, um apelo on-line da Amnistia Internacional) mas não será outra Somália? Eu assinei a petição.
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Amnistia Internacional,
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Direitos Humanos
domingo, outubro 08, 2006
Terão Confundido com a Lista Telefónica?
in Público
A lista norte-americana utilizada para tentar impedir ataques terroristas inclui os nomes de 14 suicidas responsáveis pelos atentados de 11 de Setembro de 2001, segundo o programa 60 Minutes[...].
Trata-se de um role com 44 mil nomes de pessoas que não podem voar nos EUA, a chamada "no fly list", entre as quais se incluem o Presidente boliviano, Evo Morales, o presidente da Assembleia libanesa, Nabih Berri, ou o senador democrata Edward Kennedy. E também alguns nomes que são partilhados por milhares de pessoas: John Williams, Gary Smith e Robert Johnson.
Os erros da lista têm levado a que milhares de pessoas sejam erradamente dadas como alegados criminosos ao querer passar a fronteira, ao entrar em aviões, ou ao ser paradas por infracções de trânsito[...]. Já 30 mil passageiros aéreos pediram que os seus nomes fossem retirados da lista. [...] Quando se começou a levantar dúvidas sobre milhares de nomes, entre Dezembro de 2003 e Janeiro de 2006, verificou-se que metade estavam errados.
A lista norte-americana utilizada para tentar impedir ataques terroristas inclui os nomes de 14 suicidas responsáveis pelos atentados de 11 de Setembro de 2001, segundo o programa 60 Minutes[...].
Trata-se de um role com 44 mil nomes de pessoas que não podem voar nos EUA, a chamada "no fly list", entre as quais se incluem o Presidente boliviano, Evo Morales, o presidente da Assembleia libanesa, Nabih Berri, ou o senador democrata Edward Kennedy. E também alguns nomes que são partilhados por milhares de pessoas: John Williams, Gary Smith e Robert Johnson.
Os erros da lista têm levado a que milhares de pessoas sejam erradamente dadas como alegados criminosos ao querer passar a fronteira, ao entrar em aviões, ou ao ser paradas por infracções de trânsito[...]. Já 30 mil passageiros aéreos pediram que os seus nomes fossem retirados da lista. [...] Quando se começou a levantar dúvidas sobre milhares de nomes, entre Dezembro de 2003 e Janeiro de 2006, verificou-se que metade estavam errados.
sábado, outubro 07, 2006
Detectada Perda Recorde nos Níveis de Ozono no Pólo Sul
Mais uma vez se prova que a culpa é dos pinguins.
quarta-feira, outubro 04, 2006
Se Maomé não vai à Montanha (Ooops, desculpem a Heresia)
Desculpem, não era minha intenção insinuar que Maomé não consegue chegar à montanha e que, talvez, Cristo o fizesse com uma perna às costas e que até Buda, com a sua barriguinha, chegava lá e facturava (repararam na citação de Jorge Perestrelo? Cada um cita quem pode: uns citam filósofos outros relatores desportivos).
Passada a provocação politicamente incorrecta, passemos ao objecto do post: no momento em que até a CIA começava a ter receio de torturar prisioneiros (em virtude das tentativas de reposição da legalidade judicial) a solução encontrada para resolver o problema foi alterar a lei. Se não podemos violar a lei à vontade, então modemos a lei. Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé.
A este propósito vale a pena ler o que diz a Amnistia Internacional.
AI Index: AMR 51/154/2006 29 September 2006
UNITED STATES OF AMERICA
Military Commissions Act of 2006 – Turning bad policy into bad law
In recent days, human rights violations perpetrated by the USA throughout the "war on terror" have in effect been given the congressional stamp of approval. With the passing of the Military Commissions Act of 2006 by the US House of Representatives on 27 September and the Senate on 28 September, Congress has turned bad executive policy into bad law. This document looks back on the evolution of the executive’s "war on terror" detention policies, in order to illustrate the sort of violations in which Congress, through inaction and now legislation, has become complicit.[...]
The past five years have seen the USA engage in systematic violations of international law, with a distressing impact on thousands of detainees and their families. Human rights violations have included:
Yet at the same time, US officials have continued to characterize the USA as a "nation of laws" and one that in the "war on terror" is committed to what it calls the "non-negotiable demands of human dignity", including the "rule of law".[...]
The US administration’s interpretation of the law has been driven by its policy choices rather than a credible postulation of its legal obligations. One core policy choice was to frame its response to the 11 September attacks in terms of a global "war" rather than as a criminal law enforcement effort. [...]
At a press conference in June 2004, with the administration seeking to quell the criticism of its policies following the Abu Ghraib torture revelations, then White House Counsel Alberto Gonzales recalled the administration’s post-9/11 discussions thus:
"[S]ome questions we faced were, for example: What is the legal status of individuals caught in this battle? How will they be treated? To what extent can those detained be questioned to attain information concerning possible future terrorist attacks? What are the rules? What will our policies be?...Just as military theorists thought about new strategies and tactics to fight terrorists, so, too, did lawyers in looking at how this war fits into the current legal landscape."
From these questions flowed a number of memorandums written in late 2001 and early 2002 by administration lawyers concocting legal positions on a variety of issues. These issues included the limits of the prohibition on torture or other ill-treatment, whether the choice of Guantánamo as a location for detentions would keep detainees out of the reach of the US courts, and the use of military commissions, to quote a November 2001 Justice Department memorandum, as "entirely creatures of the President’s authority as Commander-in-Chief". The White House Counsel himself drafted advice to the President suggesting that a benefit of not applying the Geneva Conventions to detainees picked up in the Afghanistan conflict would be that prosecutions of US personnel under the US War Crimes Act would become more difficult. [...]
The legal advice in these early administration memorandums thus seemed tailored to fit desired policy outcomes. Precedents that suited the policy were emphasised, laws that did not were ignored or downplayed. The indefinite detention regime in Guantánamo and the denial of habeas corpus was one result. A less than absolute ban on torture or other ill-treatment was another. Secret detention was a third. And unfair trial by military commissions still threatens to be a fourth. [...]
Access to the courts is seen as disruptive of military operations. In the version of the Military Commissions Act which President Bush sent to Congress on 6 September 2006, the administration argued that trials with lower standards of justice than apply in existing US courts were necessary because "the terrorists with whom the United States is engaged in armed conflict have demonstrated a commitment…to the abuse of American legal processes".[...]
The vast majority of those held by the USA in the "war on terror" are unlikely ever to face US judicial proceedings. As noted above, that is not why they are detained. Even the small number of detainees who have been charged have not come to trial. [...M]ore than two years after the Supreme Court ruled in Rasul v. Bush that the US courts had jurisdiction to consider habeas corpus appeals from the Guantánamo detainees, not a single one of them currently held there has had the lawfulness of his detention judicially reviewed.
The response of the US administration to the Hamdan v. Rumsfeld ruling has perhaps been even more shocking, although apparently not shocking enough to nudge Congress finally into calling the executive to account for "war on terror" abuses. Indeed, President Bush’s defence of the CIA’s program of secret detention and "alternative" interrogation techniques policy, which he said had been called into question by the Hamdan ruling and therefore needed congressional approval, showed an administration in assertively unapologetic mood. [...]
For until the Detainee Treatment Act was passed in December 2005 [...], Department of Justice lawyers took the position that because of the reservation attached to the USA’s ratification of the Convention against Torture in 1994, the USA had no treaty obligation on cruel, inhuman or degrading treatment with respect to foreign nationals held in US custody overseas. In addition, in August 2002, the Justice Department provided legal advice in a memorandum which only came to light in mid-2004 after the Abu Ghraib torture revelations. It was reportedly written in response to a CIA request for legal protections for its interrogators. The memorandum stated among other things that interrogators could cause a great deal of pain before crossing the threshold to torture, that there were a "significant range of acts" that might constitute cruel, inhuman or degrading treatment but would not rise to the level of torture and be prosecutable under the US torture statute, and that the President could override international or national prohibitions on torture. [...]
Sued in court, the CIA has so far been successful in its ploy of refusing to confirm or deny the existence of an alleged presidential directive and an alleged Justice Department memorandum authorizing and outlining the secret detention program and its interrogation methods. However, the methods are widely reported to have included techniques that would clearly violate international law. [...]
[T]he USA’s treaty reservations mean that the USA considers itself, including under the Detainee Treatment Act, bound by the prohibition on cruel, inhuman or degrading treatment or punishment only to the extent that it matches existing US law. Under US Supreme Court jurisprudence, conduct is banned that "shocks the conscience". Justice Department lawyers reportedly view this as allowing consideration of the context in which abuse of detainees occurs. Under such consideration, if a detainee is believed to have information considered by the government to be important to national security, the "shocks the conscience" test could be interpreted by the government as permitting conduct that would be otherwise be unlawful. As Chairman of the House Homeland Security Committee, Representative Peter King, said: "If we capture bin Laden tomorrow and we have to hold his head under water to find out when the next attack is going to happen, we ought to be able to do that". Or as Senator John Thune from South Dakota said in an earlier hearing of the Senate Armed Services Committee, "when you talk about humiliating or degrading or those types of terms and applying them to terrorists… I think that’s not something that people in my state would be real concerned [about]". [...]
Indeed it would appear that the President himself remains at square one, namely the position articulated in his 7 February 2002 memorandum on detention policy. This memorandum indicated that for some detainees at least, the administration viewed humane treatment as a policy choice rather than a legal obligation, and one that did not apply to the CIA. Four and a half years later, on 6 September 2006, President Bush justified the past use and continued existence of the secret CIA detention and interrogation program for use against certain "high-value" detainees on the grounds of necessity. He said that "it has been "necessary to move these individuals to an environment where they can be held secretly [and] questioned by experts" using unspecified "alternative" techniques to extract information from detainees allegedly resistant to interrogation. "Military necessity" has also been used to justify torture or ill-treatment at Guantánamo under at least one of two "special interrogation plans" authorized by Secretary of Defence Rumsfeld. [...]
President Bush [...] stated in his 6 September speech that as soon as Congress authorized military commissions acceptable to the administration, Abu Zubaydah and the 13 other men newly transferred to Guantánamo from years in secret CIA custody could "face justice", including the possibility of execution. It seems clear that the administration set out to use these high-profile detainees to apply pressure on legislators [...] to adopt legislation authorizing a revised version of the military commissions struck down by the Hamdan ruling, and to endorse other aspects of the administration’s detention policy. The resulting Military Commissions Act of 2006 is bad for the USA and bad for human rights.
The US system of government enshrines three separate branches of government – the executive, the legislature and the judiciary. In an opinion written eight decades ago, US Supreme Court Justice Louis Brandeis explained that: "The doctrine of the separation of powers was adopted by the convention of 1787 not to promote efficiency but to preclude the exercise of arbitrary power. The purpose was not to avoid friction, but, by means of the inevitable friction incident to the distribution of the governmental powers among three departments, to save the people from autocracy." [...]
[V]iewed from an international perspective, the executive, legislative and judicial branches of government all have roles to play in ensuring the USA’s adherence to its international legal obligations. The executive has singularly failed to meet its obligations in this regard. The judiciary, headed by the Supreme Court, has moved to rein in executive excess but as already noted, its rulings on the relatively narrow questions brought before it are vulnerable to narrow and self-serving interpretations by the executive.
Three days after the 11 September 2001 attacks, Congress had the opportunity to put down a marker against executive excess in the "war on terror". It failed to do so when it passed the broadly framed Authorization for the Use of Military Force (AUMF), which has since been used by the administration to justify violations of international law. Amnesty International believes that Congress should repeal or substantially amend the AUMF. Congress has failed to establish a commission of inquiry into the USA’s "war on terror" detention policies and practices, despite a compelling need for such an inquiry. In December 2005, Congress passed the Detainee Treatment Act, but included in it an impunity clause (§1004) and a severe curtailment of habeas corpus (§1005). [...]
Now Congress has passed the Military Commissions Act. [...] Among other things, the Military Commissions Act will:
Meanwhile the human rights violations continue. The CIA’s secret detention and interrogation program retains the full support of President Bush. During the debates on the Military Commissions Act, members of Congress expressed their support for the program, despite the fact that it violates international law. Thousands of detainees remain in indefinite detention without charge or trial in US custody in Iraq, Afghanistan and Guantánamo. In passing the Military Commissions Act, Congress has failed these detainees and their families. [...]
Passada a provocação politicamente incorrecta, passemos ao objecto do post: no momento em que até a CIA começava a ter receio de torturar prisioneiros (em virtude das tentativas de reposição da legalidade judicial) a solução encontrada para resolver o problema foi alterar a lei. Se não podemos violar a lei à vontade, então modemos a lei. Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé.
A este propósito vale a pena ler o que diz a Amnistia Internacional.
AI Index: AMR 51/154/2006 29 September 2006
UNITED STATES OF AMERICA
Military Commissions Act of 2006 – Turning bad policy into bad law
In recent days, human rights violations perpetrated by the USA throughout the "war on terror" have in effect been given the congressional stamp of approval. With the passing of the Military Commissions Act of 2006 by the US House of Representatives on 27 September and the Senate on 28 September, Congress has turned bad executive policy into bad law. This document looks back on the evolution of the executive’s "war on terror" detention policies, in order to illustrate the sort of violations in which Congress, through inaction and now legislation, has become complicit.[...]
The past five years have seen the USA engage in systematic violations of international law, with a distressing impact on thousands of detainees and their families. Human rights violations have included:
- Secret detention
- Enforced disappearance
- Torture and other cruel, inhuman or degrading treatment
- Outrages upon personal dignity, including humiliating treatment
- Denial and restriction of habeas corpus
- Indefinite detention without charge or trial
- Prolonged incommunicado detention
- Arbitrary detention
- Unfair trial procedures
Yet at the same time, US officials have continued to characterize the USA as a "nation of laws" and one that in the "war on terror" is committed to what it calls the "non-negotiable demands of human dignity", including the "rule of law".[...]
The US administration’s interpretation of the law has been driven by its policy choices rather than a credible postulation of its legal obligations. One core policy choice was to frame its response to the 11 September attacks in terms of a global "war" rather than as a criminal law enforcement effort. [...]
At a press conference in June 2004, with the administration seeking to quell the criticism of its policies following the Abu Ghraib torture revelations, then White House Counsel Alberto Gonzales recalled the administration’s post-9/11 discussions thus:
"[S]ome questions we faced were, for example: What is the legal status of individuals caught in this battle? How will they be treated? To what extent can those detained be questioned to attain information concerning possible future terrorist attacks? What are the rules? What will our policies be?...Just as military theorists thought about new strategies and tactics to fight terrorists, so, too, did lawyers in looking at how this war fits into the current legal landscape."
From these questions flowed a number of memorandums written in late 2001 and early 2002 by administration lawyers concocting legal positions on a variety of issues. These issues included the limits of the prohibition on torture or other ill-treatment, whether the choice of Guantánamo as a location for detentions would keep detainees out of the reach of the US courts, and the use of military commissions, to quote a November 2001 Justice Department memorandum, as "entirely creatures of the President’s authority as Commander-in-Chief". The White House Counsel himself drafted advice to the President suggesting that a benefit of not applying the Geneva Conventions to detainees picked up in the Afghanistan conflict would be that prosecutions of US personnel under the US War Crimes Act would become more difficult. [...]
The legal advice in these early administration memorandums thus seemed tailored to fit desired policy outcomes. Precedents that suited the policy were emphasised, laws that did not were ignored or downplayed. The indefinite detention regime in Guantánamo and the denial of habeas corpus was one result. A less than absolute ban on torture or other ill-treatment was another. Secret detention was a third. And unfair trial by military commissions still threatens to be a fourth. [...]
Access to the courts is seen as disruptive of military operations. In the version of the Military Commissions Act which President Bush sent to Congress on 6 September 2006, the administration argued that trials with lower standards of justice than apply in existing US courts were necessary because "the terrorists with whom the United States is engaged in armed conflict have demonstrated a commitment…to the abuse of American legal processes".[...]
The vast majority of those held by the USA in the "war on terror" are unlikely ever to face US judicial proceedings. As noted above, that is not why they are detained. Even the small number of detainees who have been charged have not come to trial. [...M]ore than two years after the Supreme Court ruled in Rasul v. Bush that the US courts had jurisdiction to consider habeas corpus appeals from the Guantánamo detainees, not a single one of them currently held there has had the lawfulness of his detention judicially reviewed.
The response of the US administration to the Hamdan v. Rumsfeld ruling has perhaps been even more shocking, although apparently not shocking enough to nudge Congress finally into calling the executive to account for "war on terror" abuses. Indeed, President Bush’s defence of the CIA’s program of secret detention and "alternative" interrogation techniques policy, which he said had been called into question by the Hamdan ruling and therefore needed congressional approval, showed an administration in assertively unapologetic mood. [...]
For until the Detainee Treatment Act was passed in December 2005 [...], Department of Justice lawyers took the position that because of the reservation attached to the USA’s ratification of the Convention against Torture in 1994, the USA had no treaty obligation on cruel, inhuman or degrading treatment with respect to foreign nationals held in US custody overseas. In addition, in August 2002, the Justice Department provided legal advice in a memorandum which only came to light in mid-2004 after the Abu Ghraib torture revelations. It was reportedly written in response to a CIA request for legal protections for its interrogators. The memorandum stated among other things that interrogators could cause a great deal of pain before crossing the threshold to torture, that there were a "significant range of acts" that might constitute cruel, inhuman or degrading treatment but would not rise to the level of torture and be prosecutable under the US torture statute, and that the President could override international or national prohibitions on torture. [...]
Sued in court, the CIA has so far been successful in its ploy of refusing to confirm or deny the existence of an alleged presidential directive and an alleged Justice Department memorandum authorizing and outlining the secret detention program and its interrogation methods. However, the methods are widely reported to have included techniques that would clearly violate international law. [...]
[T]he USA’s treaty reservations mean that the USA considers itself, including under the Detainee Treatment Act, bound by the prohibition on cruel, inhuman or degrading treatment or punishment only to the extent that it matches existing US law. Under US Supreme Court jurisprudence, conduct is banned that "shocks the conscience". Justice Department lawyers reportedly view this as allowing consideration of the context in which abuse of detainees occurs. Under such consideration, if a detainee is believed to have information considered by the government to be important to national security, the "shocks the conscience" test could be interpreted by the government as permitting conduct that would be otherwise be unlawful. As Chairman of the House Homeland Security Committee, Representative Peter King, said: "If we capture bin Laden tomorrow and we have to hold his head under water to find out when the next attack is going to happen, we ought to be able to do that". Or as Senator John Thune from South Dakota said in an earlier hearing of the Senate Armed Services Committee, "when you talk about humiliating or degrading or those types of terms and applying them to terrorists… I think that’s not something that people in my state would be real concerned [about]". [...]
Indeed it would appear that the President himself remains at square one, namely the position articulated in his 7 February 2002 memorandum on detention policy. This memorandum indicated that for some detainees at least, the administration viewed humane treatment as a policy choice rather than a legal obligation, and one that did not apply to the CIA. Four and a half years later, on 6 September 2006, President Bush justified the past use and continued existence of the secret CIA detention and interrogation program for use against certain "high-value" detainees on the grounds of necessity. He said that "it has been "necessary to move these individuals to an environment where they can be held secretly [and] questioned by experts" using unspecified "alternative" techniques to extract information from detainees allegedly resistant to interrogation. "Military necessity" has also been used to justify torture or ill-treatment at Guantánamo under at least one of two "special interrogation plans" authorized by Secretary of Defence Rumsfeld. [...]
President Bush [...] stated in his 6 September speech that as soon as Congress authorized military commissions acceptable to the administration, Abu Zubaydah and the 13 other men newly transferred to Guantánamo from years in secret CIA custody could "face justice", including the possibility of execution. It seems clear that the administration set out to use these high-profile detainees to apply pressure on legislators [...] to adopt legislation authorizing a revised version of the military commissions struck down by the Hamdan ruling, and to endorse other aspects of the administration’s detention policy. The resulting Military Commissions Act of 2006 is bad for the USA and bad for human rights.
The US system of government enshrines three separate branches of government – the executive, the legislature and the judiciary. In an opinion written eight decades ago, US Supreme Court Justice Louis Brandeis explained that: "The doctrine of the separation of powers was adopted by the convention of 1787 not to promote efficiency but to preclude the exercise of arbitrary power. The purpose was not to avoid friction, but, by means of the inevitable friction incident to the distribution of the governmental powers among three departments, to save the people from autocracy." [...]
[V]iewed from an international perspective, the executive, legislative and judicial branches of government all have roles to play in ensuring the USA’s adherence to its international legal obligations. The executive has singularly failed to meet its obligations in this regard. The judiciary, headed by the Supreme Court, has moved to rein in executive excess but as already noted, its rulings on the relatively narrow questions brought before it are vulnerable to narrow and self-serving interpretations by the executive.
Three days after the 11 September 2001 attacks, Congress had the opportunity to put down a marker against executive excess in the "war on terror". It failed to do so when it passed the broadly framed Authorization for the Use of Military Force (AUMF), which has since been used by the administration to justify violations of international law. Amnesty International believes that Congress should repeal or substantially amend the AUMF. Congress has failed to establish a commission of inquiry into the USA’s "war on terror" detention policies and practices, despite a compelling need for such an inquiry. In December 2005, Congress passed the Detainee Treatment Act, but included in it an impunity clause (§1004) and a severe curtailment of habeas corpus (§1005). [...]
Now Congress has passed the Military Commissions Act. [...] Among other things, the Military Commissions Act will:
- Strip the US courts of jurisdiction to hear or consider habeas corpus appeals challenging the lawfulness or conditions of detention of anyone held in US custody as an "enemy combatant". Judicial review of cases would be severely limited. The law would apply retroactively, and thus could result in more than 200 pending appeals filed on behalf of Guantánamo detainees being thrown out of court.
- Prohibit any person from invoking the Geneva Conventions or their protocols as a source of rights in any action in any US court.
- Permit the executive to convene military commissions to try "alien unlawful enemy combatants", as determined by the executive under a dangerously broad definition, in trials that would provide foreign nationals so labeled with a lower standard of justice than US citizens accused of the same crimes. This would violate the prohibition on the discriminatory application of fair trial rights.
- Permit civilians captured far from any battlefield to be tried by military commission rather than civilian courts, contradicting international standards and case law.
- Establish military commissions whose impartiality, independence and competence would be in doubt, due to the overarching role that the executive, primarily the Secretary of Defense, would play in their procedures and in the appointments of military judges and military officers to sit on the commissions.
- Permit, in violation of international law, the use of evidence extracted under cruel, inhuman or degrading treatment or punishment, or as a result of "outrages upon personal dignity, particularly humiliating or degrading treatment", as defined under international law.
- Permit the use of classified evidence against a defendant, without the defendant necessarily being able effectively to challenge the "sources, methods or activities" by which the government acquired the evidence. This is of particular concern in light of the high level of secrecy and resort to national security arguments employed by the administration in the "war on terror" [..] appear[ing] on occasion to have resorted to classification to prevent independent scrutiny of human rights violations.
- Give the military commissions the power to hand down death sentences, in contravention of international standards which only permit capital punishment after trials affording "all possible safeguards to ensure a fair trial". The clemency authority would be the President[, who] has overseen a system that has systematically denied the rights of detainees.
- Limit the right of charged detainees to be represented by counsel of their choosing.
- Fail to provide any guarantee that trials will be conducted within a reasonable time.
- Permit the executive to determine who is an "enemy combatant" under any "competent tribunal" established by the executive, and endorse the Combatant Status Review Tribunal (CSRT), the wholly inadequate administrative procedure that has been employed in Guantánamo to review individual detentions.
- Narrow the scope of the War Crimes Act by not expressly criminalizing acts that constitute "outrages upon personal dignity, particularly humiliating and degrading treatment" banned under Article 3 common to the four Geneva Conventions. [...]
- Prohibit the US courts from using "foreign or international law" to inform their decisions in relation to the War Crimes Act. The President has the authority to "interpret the meaning and application of the Geneva Conventions". [...]
- Endorse the administration’s "war paradigm" – under which the USA has selectively applied the laws of war and rejected international human rights law. The legislation would backdate the "war on terror" to before the 11 September 2001 in order to be able to try individuals in front of military commissions for "war crimes" committed before that date.
Meanwhile the human rights violations continue. The CIA’s secret detention and interrogation program retains the full support of President Bush. During the debates on the Military Commissions Act, members of Congress expressed their support for the program, despite the fact that it violates international law. Thousands of detainees remain in indefinite detention without charge or trial in US custody in Iraq, Afghanistan and Guantánamo. In passing the Military Commissions Act, Congress has failed these detainees and their families. [...]
domingo, outubro 01, 2006
Não foi Mozart que Censuraram
A encenação de "Idomeneo" de Mozart que tinha sido retirada de cena na Alemanha foi reposta. Muito se disse acerca de se andar a censurar Mozart. Não é verdade. O libreto de "Idomeneo" trata da relação entre humanos e divindades, mas a divindade é Neptuno.
Inomeneo, rei de Creta, desafia Neptuno e acaba por levar a melhor. Hans Neuenfels, o encenador, considerou a ópera como simbolizando "a autodeterminação do humano" sobre o divino e decidiu "actualizar" o divino. Daí aparecerem Cristo, Maomé e Buda.
Quem foi censurado não foi Mozart, foi Hans Neuenfels. Realçar a mensagem da primazia do humano sobre o divino é um direito de Neuenfels. Está protegido pelo direito de opinião e ampliado pela maior liberdade que normalmente é concedida aos artistas. Mas ao optar por expor cabeças decepadas de figuras religiosas, Neuenfels está a assumir o risco de ofender sensibilidades e a dar o direito à directora da ópera de retirar a encenação. Até porque esta já foi recebida com vaias pelo público. No entanto, fico feliz por ter sido reposta.
Inomeneo, rei de Creta, desafia Neptuno e acaba por levar a melhor. Hans Neuenfels, o encenador, considerou a ópera como simbolizando "a autodeterminação do humano" sobre o divino e decidiu "actualizar" o divino. Daí aparecerem Cristo, Maomé e Buda.
Quem foi censurado não foi Mozart, foi Hans Neuenfels. Realçar a mensagem da primazia do humano sobre o divino é um direito de Neuenfels. Está protegido pelo direito de opinião e ampliado pela maior liberdade que normalmente é concedida aos artistas. Mas ao optar por expor cabeças decepadas de figuras religiosas, Neuenfels está a assumir o risco de ofender sensibilidades e a dar o direito à directora da ópera de retirar a encenação. Até porque esta já foi recebida com vaias pelo público. No entanto, fico feliz por ter sido reposta.
quinta-feira, setembro 28, 2006
Portugal Cai para 34º no Ranking de Competitividade do Fórum de Davos
In Público
[...]
Portugal caiu três lugares na edição deste ano do Índice de Competitividade Global do Fórum Económico Mundial (vulgo Fórum de Davos) - está em 34.º lugar, atrás da maior parte dos países da União Europeia, numa lista encabeçada pela Suíça e com vários países nórdicos nos primeiros lugares.
O ranking do Fórum Económico Mundial (FEM) incorpora uma série de factores quantitativos e qualitativos (qualidade de instituições públicas, capacidade de inovação, sistema de ensino, etc.) para medir a competitividade das economias de 125 países.
Em 2006, o FEM passou a usar uma nova metodologia para este índice - o que faz com que os dados não sejam comparáveis com os de anos anteriores (em 2005, pela metodologia anterior, Portugal era 22.º).
O Fórum de Davos usou este método para recalcular a posição dos países para 2005 e 2006. Em 2005, Portugal era 31.º; em 2006, é 34.º. A classificação do país (4,6, numa escala de 0 a 7) não piorou - mas Portugal foi ultrapassado por outras nações que melhoraram a sua classificação.
Portugal é beneficiado por alguns indicadores ligados sobretudo à sua estabilidade política (pouca vulnerabilidade ao terrorismo e ao crime organizado) e à qualidade da sua infra-estrutura de transportes e ao enquadramento jurídico da economia. Onde as coisas correm pior é em indicadores macroeconómicos (o défice) e do sistema de ensino.
Esses defeitos são também apontados na parte qualitativa do índice, resultante de inquéritos: os três factores mais problemáticos para o ambiente empresarial em Portugal são "sector público ineficaz", "leis do trabalho demasiado restritivas" e "força de trabalho mal preparada".
[...]O líder do índice é a Suíça (5,81 pontos na escala de 0 a 7); no último lugar da lista de 125 países está Angola (2,5 pontos).[...]
Há três nações nórdicas (Finlândia, Suécia, Dinamarca) entre os quatro primeiros[...].
As outras posições cimeiras da lista são ocupadas por nações do Extremo Oriente ou da União Europeia. Portugal fica atrás de países da "Velha Europa" como a França, a Alemanha ou a Espanha, e também de nações do alargamento, como a Estónia e a República Checa.
Os piores da Zona Euro são a Itália (42.º) e a Grécia (47.ª); o país da União mais mal classificado é a Polónia (48.ª).
[...]
Portugal caiu três lugares na edição deste ano do Índice de Competitividade Global do Fórum Económico Mundial (vulgo Fórum de Davos) - está em 34.º lugar, atrás da maior parte dos países da União Europeia, numa lista encabeçada pela Suíça e com vários países nórdicos nos primeiros lugares.
O ranking do Fórum Económico Mundial (FEM) incorpora uma série de factores quantitativos e qualitativos (qualidade de instituições públicas, capacidade de inovação, sistema de ensino, etc.) para medir a competitividade das economias de 125 países.
Em 2006, o FEM passou a usar uma nova metodologia para este índice - o que faz com que os dados não sejam comparáveis com os de anos anteriores (em 2005, pela metodologia anterior, Portugal era 22.º).
O Fórum de Davos usou este método para recalcular a posição dos países para 2005 e 2006. Em 2005, Portugal era 31.º; em 2006, é 34.º. A classificação do país (4,6, numa escala de 0 a 7) não piorou - mas Portugal foi ultrapassado por outras nações que melhoraram a sua classificação.
Portugal é beneficiado por alguns indicadores ligados sobretudo à sua estabilidade política (pouca vulnerabilidade ao terrorismo e ao crime organizado) e à qualidade da sua infra-estrutura de transportes e ao enquadramento jurídico da economia. Onde as coisas correm pior é em indicadores macroeconómicos (o défice) e do sistema de ensino.
Esses defeitos são também apontados na parte qualitativa do índice, resultante de inquéritos: os três factores mais problemáticos para o ambiente empresarial em Portugal são "sector público ineficaz", "leis do trabalho demasiado restritivas" e "força de trabalho mal preparada".
[...]O líder do índice é a Suíça (5,81 pontos na escala de 0 a 7); no último lugar da lista de 125 países está Angola (2,5 pontos).[...]
Há três nações nórdicas (Finlândia, Suécia, Dinamarca) entre os quatro primeiros[...].
As outras posições cimeiras da lista são ocupadas por nações do Extremo Oriente ou da União Europeia. Portugal fica atrás de países da "Velha Europa" como a França, a Alemanha ou a Espanha, e também de nações do alargamento, como a Estónia e a República Checa.
Os piores da Zona Euro são a Itália (42.º) e a Grécia (47.ª); o país da União mais mal classificado é a Polónia (48.ª).
Dá que Pensar
Dos 5 verões mais quentes de que há registo em Portugal (se não me engano desde 1931), quatro são desde 2003: 2003, 2004, 2005 e 2006. Coincidência? Não me parece.
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Aquecimento Global,
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terça-feira, setembro 26, 2006
Que Alguém Venda um ADSL a Estes Senhores
A FESAP (Frente Sindical da Administração Pública) lamentou hoje que o relatório da Comissão de Revisão do Sistema de Carreiras e Remunerações não tenha sido entregue aos sindicatos.
Segundo o secretário coordenador da Fesap, Jorge Nobre dos Santos, isto "Indicia qual é a posição do Governo, ou seja, pôr em causa o direito à informação dos sindicatos".
Acontece que o relatório pode ser encontrado na Internet aqui. Ministério das Finanças/Informação Geral. Não está propriamente escondido.
Segundo o secretário coordenador da Fesap, Jorge Nobre dos Santos, isto "Indicia qual é a posição do Governo, ou seja, pôr em causa o direito à informação dos sindicatos".
Acontece que o relatório pode ser encontrado na Internet aqui. Ministério das Finanças/Informação Geral. Não está propriamente escondido.
E Viva a Concorrência
De acordo com um estudo da revista "Teste Saúde" (da Deco), "ao contrário dos objectivos anunciados pelo Governo", o preço médio dos medicamentos que podem ser vendidos fora das farmácias aumentou 2.8% com a liberalização do mercado.
sábado, setembro 23, 2006
A Diferença Está no Gravador
in Impúdico
Cerca de dez mil pessoas estão reunidas frente à Assembleia da República, na quinta noite consecutiva de protestos para exigir a demissão do primeiro-ministro, José Sócrates.
[...]Esta tarde, uma marcha [...] reunindo mais de mil pessoas, decorreu sem incidentes[...].
As manifestações começaram segunda-feira, um dia depois de uma rádio portuguesa ter divulgado uma gravação na qual Sócrates admite ter mentido e ocultado o programa de austeridade que pretendia aplicar depois das eleições legislativas (nomeadamente o aumento do IVA), com o objectivo de ganhar o escrutínio[...].
(Adaptado - ligeiramente - de uma notícia do Público sobre as manifestações em Budapeste)
Cerca de dez mil pessoas estão reunidas frente à Assembleia da República, na quinta noite consecutiva de protestos para exigir a demissão do primeiro-ministro, José Sócrates.
[...]Esta tarde, uma marcha [...] reunindo mais de mil pessoas, decorreu sem incidentes[...].
As manifestações começaram segunda-feira, um dia depois de uma rádio portuguesa ter divulgado uma gravação na qual Sócrates admite ter mentido e ocultado o programa de austeridade que pretendia aplicar depois das eleições legislativas (nomeadamente o aumento do IVA), com o objectivo de ganhar o escrutínio[...].
(Adaptado - ligeiramente - de uma notícia do Público sobre as manifestações em Budapeste)
sexta-feira, setembro 22, 2006
Iraque Libertado
Artigo do Guardian Unlimited encontrado no Canhoto
Torture in Iraq is worse now than it was under the regime of Saddam Hussein and "is totally out of hand", according to a United Nations investigator.
"The situation is so bad many people say it is worse than it has been in the times of Saddam Hussein," said Manfred Nowak, a UN special investigator on torture, at a press conference in Geneva.
He said government forces, private militia and terrorist groups were all involved.
"You have terrorist groups, you have the military, you have police, you have these militias. There are so many people who are actually abducted, seriously tortured and finally killed," said Mr Nowak, an Austrian law professor.
"It's not just torture by the government. There are much more brutal methods of torture you'll find by private militias."
Mr Nowak also said that bodies were being discovered with very heavy and very serious torture marks.
He said a mission to Iraq to investigate torture was too dangerous, but he had gathered information from interviews with people in Amman, Jordan, and other sources.
Mr Nowak is in Geneva to brief the UN Human Rights council - a body that addresses human rights violations - on the situation of the United States detention facility at Guantanamo Bay.
He is one of five UN human rights investigators who in February called for the closure of the camp on the grounds it was a "torture camp". The calls were rejected by the US.
Mr Nowak's comments come a day after the human rights office of the UN assistance mission for Iraq (Unami) raised concerns about the violence gripping the country. It said that 6,599 civilians had died in July and August.
Unami cited increasing evidence of violent torture, a growth in the numbers of death squads, and a rise in the honour killings of women and girls.
"Corpses appear regularly in and around Baghdad and other areas. Most bear signs of torture and appear to be victims of extrajudicial executions," said the report.
Torture in Iraq is worse now than it was under the regime of Saddam Hussein and "is totally out of hand", according to a United Nations investigator.
"The situation is so bad many people say it is worse than it has been in the times of Saddam Hussein," said Manfred Nowak, a UN special investigator on torture, at a press conference in Geneva.
He said government forces, private militia and terrorist groups were all involved.
"You have terrorist groups, you have the military, you have police, you have these militias. There are so many people who are actually abducted, seriously tortured and finally killed," said Mr Nowak, an Austrian law professor.
"It's not just torture by the government. There are much more brutal methods of torture you'll find by private militias."
Mr Nowak also said that bodies were being discovered with very heavy and very serious torture marks.
He said a mission to Iraq to investigate torture was too dangerous, but he had gathered information from interviews with people in Amman, Jordan, and other sources.
Mr Nowak is in Geneva to brief the UN Human Rights council - a body that addresses human rights violations - on the situation of the United States detention facility at Guantanamo Bay.
He is one of five UN human rights investigators who in February called for the closure of the camp on the grounds it was a "torture camp". The calls were rejected by the US.
Mr Nowak's comments come a day after the human rights office of the UN assistance mission for Iraq (Unami) raised concerns about the violence gripping the country. It said that 6,599 civilians had died in July and August.
Unami cited increasing evidence of violent torture, a growth in the numbers of death squads, and a rise in the honour killings of women and girls.
"Corpses appear regularly in and around Baghdad and other areas. Most bear signs of torture and appear to be victims of extrajudicial executions," said the report.
A CIA e o Reconhecimento das Prisões Secretas
Ana Gomes volta à carga com a relação entre a recusa da CIA em continuar a operar as prisões secretas e o reconhecimento da existência delas por George Bush. Afinal os EUA podem ainda ser um estado de direito. A ler.
Só Podia Dar Bons Resultados
in Público
[...] Ontem, Pervez Musharraf revelou que, após os atentados de 11 de Setembro, os EUA ameaçaram atacar o Paquistão caso o país não colaborasse na luta contra a Al-Qaeda.
[...]Numa entrevista concedida ao programa “60 Minutos” da CBS, Musharraf revelou que, após os atentados de 2001, o então sub-secretário de Estado, Richard Armitage, disse ao director dos serviços secretos do Paquistão que o país seria bombardeado se não deixasse de apoiar o regime taliban afegão e não cooperasse com os EUA na luta contra a Al-Qaeda.
“Preparem-se para ser bombardeados. Preparem-se para regressar à Idade da Pedra”, terá dito Armitage.
[...]
[...] Ontem, Pervez Musharraf revelou que, após os atentados de 11 de Setembro, os EUA ameaçaram atacar o Paquistão caso o país não colaborasse na luta contra a Al-Qaeda.
[...]Numa entrevista concedida ao programa “60 Minutos” da CBS, Musharraf revelou que, após os atentados de 2001, o então sub-secretário de Estado, Richard Armitage, disse ao director dos serviços secretos do Paquistão que o país seria bombardeado se não deixasse de apoiar o regime taliban afegão e não cooperasse com os EUA na luta contra a Al-Qaeda.
“Preparem-se para ser bombardeados. Preparem-se para regressar à Idade da Pedra”, terá dito Armitage.
[...]
quinta-feira, setembro 21, 2006
Rigorosos na Protecção dos Direitos Humanos - É Bonito de Ver
in Arrastão
Um juiz de Nova Iorque ordenou ao Departamento de Defesa que tornasse públicos uma série de documentos em que se revelam e descrevem práticas de tortura administradas em alguns detidos na cadeia de Guantánamo. O Pentágono tem agora uma semana para dar à agência Associated Press a informação que esta solicitara. O Departamento de Defesa tinha negado a pretensão da agência, afirmando que a divulgação punha em causa o direito à privacidade dos detidos.
Um juiz de Nova Iorque ordenou ao Departamento de Defesa que tornasse públicos uma série de documentos em que se revelam e descrevem práticas de tortura administradas em alguns detidos na cadeia de Guantánamo. O Pentágono tem agora uma semana para dar à agência Associated Press a informação que esta solicitara. O Departamento de Defesa tinha negado a pretensão da agência, afirmando que a divulgação punha em causa o direito à privacidade dos detidos.
Afinal Temos Petróleo
Portugal tem uma dependência energética de 99,4% e adquirimos 320.000 barris de petróleo por dia. Se cortássemos o consumo em 20% (estimativa do desperdício) não só equilibravamos a nossa balança de transacções como já teríamos descoberto o nosso poço de petróleo.
Proposta Absurda
A UGT considerou "absurda" a proposta do Compromisso Portugal de reduzir o número de funcionários públicos em 200.000, ficando o nosso funcioalismo público reduzido a uns míseros 537.774 funcionários.
segunda-feira, setembro 18, 2006
Derrotas
Há dias da nossa vida que são pesadas portas de que se perdeu a chave. As horas desses dias passam lentas e esmagam como uma derrota cujo nome se confunde com o nosso.
Este é o início magnífico da crónica de José Manuel dos Santos no Expresso desta semana.
Ele fala da derrota de Soares e de como ele a encarou. Toda a crónica está muito boa e trata um tema que gostei de ver tratado.
Apoiei Soares porque o tinha apoiado das outras duas vezes. E porque para mim não faz sentido apresentar como defeitos qualidades que já lhe reconheci (tantos o sfizeram).
Apoiei-o como quem apoia um amigo. Sem a convicção de estar a apoiar o homem certo para o cargo (como o tinha feito das outras duas vezes) mas com a certeza que ele não sabe fazer mal esse lugar. Podia não ser a pessoa acerta. Não sei... Sei, no entanto, que não era a pessoa errada.
Este é o início magnífico da crónica de José Manuel dos Santos no Expresso desta semana.
Ele fala da derrota de Soares e de como ele a encarou. Toda a crónica está muito boa e trata um tema que gostei de ver tratado.
Apoiei Soares porque o tinha apoiado das outras duas vezes. E porque para mim não faz sentido apresentar como defeitos qualidades que já lhe reconheci (tantos o sfizeram).
Apoiei-o como quem apoia um amigo. Sem a convicção de estar a apoiar o homem certo para o cargo (como o tinha feito das outras duas vezes) mas com a certeza que ele não sabe fazer mal esse lugar. Podia não ser a pessoa acerta. Não sei... Sei, no entanto, que não era a pessoa errada.
sábado, setembro 16, 2006
Efeitos Muito Especiais
Matrix Ping-Pong (imperdível - aconselha-se a visualização no Google Video para maior qualidade) |
As conspirações Vendem Bem
Um em cada cinco Alemães acredita que a administração americana esteve envolvida no 11 de Setembro. Nos países Árabes esse número pode passar os 60%. Os livros com supostas "investigações" à grande conspiração do governo americano para destruir as Torres Gémeas vendem que nem carcaças. É um filão.
Momento de pouca Inspiração
O secretário do Vaticano já veio pedir desculpas pela afirmação passível de má interpretação que o Papa proferiu na Alemanha.
Bento XVI esperava que, a sua citação de um imperador bizantino do século XIV (segundo o qual Maomé teria trazido ao mundo coisas "más e desumanas, como o direito a defender pela espada a fé que ele persegue") fosse interpretada como?
Nada podia ser mais conveniente para os tais extremistas religiosos que o Papa supostamente desejava atingir com este "disparate". Depois de Bush lhes ter feito o favor de tornar verdadeiras as "profecias" que o ocidente desejava invadir os locais sagrados do Islamismo, Bento XVI vem acabar com qualquer réstia de laicismo com que pudéssemos argumentar em contrário.
O Papa quando fala em público representa o estado do Vaticano e a religião Católica. Aos olhos de meio mundo ele representa ainda o Cristianismo ou mesmo o Ocidente. Bento XVI não pode estar "desinspirado" quando se refere ao Profeta Maomé em público.
PS: Desafiado por uma amiga que muito estimo fui ler o texto integral da palestra de Bento XVI, que encontrei aqui.
Bento XVI esperava que, a sua citação de um imperador bizantino do século XIV (segundo o qual Maomé teria trazido ao mundo coisas "más e desumanas, como o direito a defender pela espada a fé que ele persegue") fosse interpretada como?
Nada podia ser mais conveniente para os tais extremistas religiosos que o Papa supostamente desejava atingir com este "disparate". Depois de Bush lhes ter feito o favor de tornar verdadeiras as "profecias" que o ocidente desejava invadir os locais sagrados do Islamismo, Bento XVI vem acabar com qualquer réstia de laicismo com que pudéssemos argumentar em contrário.
O Papa quando fala em público representa o estado do Vaticano e a religião Católica. Aos olhos de meio mundo ele representa ainda o Cristianismo ou mesmo o Ocidente. Bento XVI não pode estar "desinspirado" quando se refere ao Profeta Maomé em público.
PS: Desafiado por uma amiga que muito estimo fui ler o texto integral da palestra de Bento XVI, que encontrei aqui.
quarta-feira, setembro 13, 2006
Crise no Darfur - Indiferença Generalizada
Vital Moreira publica no "Causa Nossa":
Do New York Times de hoje:
«At the end of this month, African Union forces, the only peacekeepers in Darfur [Sudão], are scheduled to go home. That will leave the field open to President Omar Hassan al-Bashir and his army to resume the killing, which they have given every indication of doing. That gives the rest of the world only three weeks to avoid a worsening tragedy.»
Ainda há alguém a referir verdadeiras crises no meio de todas as pequenezas em que nos debruçamos normalmente. Porque na crise do Darfur poderemos ter centenas de milhar de mortos no curto prazo. E a inacção é tanto crime como a acção. Apenas tem uma responsabilidade mais diluída.
Do New York Times de hoje:
«At the end of this month, African Union forces, the only peacekeepers in Darfur [Sudão], are scheduled to go home. That will leave the field open to President Omar Hassan al-Bashir and his army to resume the killing, which they have given every indication of doing. That gives the rest of the world only three weeks to avoid a worsening tragedy.»
Ainda há alguém a referir verdadeiras crises no meio de todas as pequenezas em que nos debruçamos normalmente. Porque na crise do Darfur poderemos ter centenas de milhar de mortos no curto prazo. E a inacção é tanto crime como a acção. Apenas tem uma responsabilidade mais diluída.
terça-feira, setembro 12, 2006
Já Não Morro Sem Ver uma Equipa Portuguesa Ganhar a uma Equipa Italiana
O Sporting acaba de ganhar ao Inter de Milão. Campeã de Italia, a melhor equipa Italiana da actualidade e uma das melhores do mundo.
Pode ser que o Sporting passe à proxima fase.
PS: Já não morro sem ver duas equipas Portuguesas ganharem a equipas Italianas. O Braga ganhou ao Chievo. Parabéns ao Braga.
Pode ser que o Sporting passe à proxima fase.
PS: Já não morro sem ver duas equipas Portuguesas ganharem a equipas Italianas. O Braga ganhou ao Chievo. Parabéns ao Braga.
segunda-feira, setembro 11, 2006
Filmes Public Domain?
É verdade, os filmes também podem ser Public Domain. Encontramos 5 clássicos (?!?) aqui (blog do torrentfreak) e muitos mais aqui (publicdomaintorrents.com).
9/11 5 Anos depois
Por todo o lado se assinalam os 5 anos do 11 de Setembro. Entre nós, na blogosfera, gostei particularmente do post do Paulo no "FILHOS DE UM DEUS MENOR".
Dos balanços que vi ao longo destes 5 anos continua a destacar-se o primeiro episódio da terceira temporada do "West Wing" - "Isaac and Ishmael", filmado menos de duas semanas após o 11 de Setembro.
Dos balanços que vi ao longo destes 5 anos continua a destacar-se o primeiro episódio da terceira temporada do "West Wing" - "Isaac and Ishmael", filmado menos de duas semanas após o 11 de Setembro.
domingo, setembro 10, 2006
Hoje o Pinochet, um Dia (Quem Sabe) o Bush
Foi levantada a imunidade a Pinochet em mais um caso. Desta vez acusado de ordenar raptos e tortura durante a detenção ilegal. Os fins podem ser diferentes, mas os meios confundem-se com os da "guerra" ao terrorismo. De qualquer das formas: os fins justificam os meios? Parece ser opinião da maioria que, no caso actual, sim (o 24 não foi o grande vencedor dos Emmy Awards 2006?). Veremos o que a história vai lembrar e como vai julgar estes casos.
Bem Pagos, com Maus Resultados, Mas Não Querem Ser Avaliados
in "Diário de Notícias"
Parece mentira, mas os professores portugueses mantêm-se como os terceiros mais bem pagos no ranking dos 30 países da [...] (OCDE). A revelação foi feita ontem, no Porto, por Ben Jensen, responsável do departamento de estatísticas da educação deste organismo. Segundo João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, a verdade é que o referencial que usado é o dos professores em topo de carreira.
Tendo como valor de referência o produto interno bruto (PIB) per capita de cada país, Ben Jensen disse [...] que, de acordo com dados de 2003, Portugal só é ultrapassado pela Coreia e pelo México. Os dados relativos a 2004 serão conhecidos na terça-feira, mas, segundo o especialista, são "idênticos" aos do ano anterior.
[...] o especialista frisou que, "em Portugal, os salários dos professores estão bastante altos". Contactado pelo DN, João Dias da Silva explicou que "o leque de salários dos docentes em Portugal é muito vasto". E lembrou que "a entrada e o início de carreira dos docentes são marcados por remunerações muito baixas". Até porque "os professores são muitas vezes colocados muito longe de casa, o que significa gastos elevados com as deslocações". Assim, "até mais de meio da carreira, os professores atravessam grandes dificuldades".
[...]Em relação ao número de alunos por turma, o nosso país está igualmente "bem colocado", disse Ben Jensen. Neste parâmetro, Portugal ocupa o 9.º lugar na lista dos países com turmas mais reduzidas, tendo em média 20 a 25 alunos. Contudo, em relação aos níveis de escolaridade, Portugal mantém-se abaixo da média dos 30 países.
Um dos factores que, em seu entender, poderá contribuir para esta realidade é o "contexto social" em que os alunos se inserem. "Há programas especiais que podem ser implementados, especialmente para os estudantes que estão em desvantagem por causa do seu contexto social" e há, nesta matéria, "inúmeros bons exemplos na OCDE que podem ser seguidos por Portugal", sublinhou o especialista.
Parece mentira, mas os professores portugueses mantêm-se como os terceiros mais bem pagos no ranking dos 30 países da [...] (OCDE). A revelação foi feita ontem, no Porto, por Ben Jensen, responsável do departamento de estatísticas da educação deste organismo. Segundo João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, a verdade é que o referencial que usado é o dos professores em topo de carreira.
Tendo como valor de referência o produto interno bruto (PIB) per capita de cada país, Ben Jensen disse [...] que, de acordo com dados de 2003, Portugal só é ultrapassado pela Coreia e pelo México. Os dados relativos a 2004 serão conhecidos na terça-feira, mas, segundo o especialista, são "idênticos" aos do ano anterior.
[...] o especialista frisou que, "em Portugal, os salários dos professores estão bastante altos". Contactado pelo DN, João Dias da Silva explicou que "o leque de salários dos docentes em Portugal é muito vasto". E lembrou que "a entrada e o início de carreira dos docentes são marcados por remunerações muito baixas". Até porque "os professores são muitas vezes colocados muito longe de casa, o que significa gastos elevados com as deslocações". Assim, "até mais de meio da carreira, os professores atravessam grandes dificuldades".
[...]Em relação ao número de alunos por turma, o nosso país está igualmente "bem colocado", disse Ben Jensen. Neste parâmetro, Portugal ocupa o 9.º lugar na lista dos países com turmas mais reduzidas, tendo em média 20 a 25 alunos. Contudo, em relação aos níveis de escolaridade, Portugal mantém-se abaixo da média dos 30 países.
Um dos factores que, em seu entender, poderá contribuir para esta realidade é o "contexto social" em que os alunos se inserem. "Há programas especiais que podem ser implementados, especialmente para os estudantes que estão em desvantagem por causa do seu contexto social" e há, nesta matéria, "inúmeros bons exemplos na OCDE que podem ser seguidos por Portugal", sublinhou o especialista.
sexta-feira, setembro 08, 2006
Afinal o Presidente do Benfica Tinha Razão
Tenho de me retratar publicamente. Sempre que o Luís Filipe Vieira vinha dizer que sabia o que se passava com a arbitragem e com o futebol Português eu desconfiava, às vezes até gozava um bocadinho. Agora estou envergonhado.
Não é que era verdade!! As transcrições que vêm hoje n'"O Público" são taxativas. O Presidente do Benfica estava, e está, bem por dentro de tudo o que se passa de sujo no futebol Português. Depois disto, nunca mais desconfiarei desse senhor.
in "O Público"
Partes das escutas telefónicas onde é interveniente Luís Filipe Vieira. Os seus interlocutores são Valentim Loureiro e Pinto de Sousa
Luís Filipe Vieira (LFV) - Eu não quero entrar mais em esquemas nem falar muito...(...)
Valentim Loureiro (VL) - Eu penso que ou o Lucílio... o António Costa, esse Costa não lhe dá... não lhe dá nenhuma garantia?
LFV - A mim?! F.., o António Costa? F... Isso é tudo Porto!
VL - Exacto, pronto! (...) E o Lucílio?
LFV - Não, não me dá garantia nenhuma o Lucílio!
VL - E o Duarte?
LFV - Nada, zero! Ninguém me dá!... Ouça lá, eu, neste momento, é tudo para nos roubar! Ó pá, mas é evidente! Mas isso é demasiado evidente, carago! Ó major, eu não quero nem me tenho chateado com isto, porque eu estou a fazer isto por outro lado.(...)
VL - Talvez o Lucílio, pá!
LFV - Não, não quero Lucílio nenhum!(...)
VL - E o Proença?
LFV - O Proença também não quero! Ouça, é tudo para nos f...!
VL - E o João Ferreira?
LFV - O João... Pode vir o João. Agora o que eu queria... (...) Disseram que era o Paulo Paraty o árbitro... O Paulo Paraty! Agora, dizem-me a mim, que não tenho preferência de ninguém (...) à última hora, vêm-me dizer que já não pode ser o Paulo Paraty, por causa do Belenenses.
Pinto de Sousa - A única coisa que eu tinha dito ao João Rodrigues é o seguinte... É pá, há quinze [dias] ou três semanas, ele perguntou-me: "Quem é que você está a pensar para a Taça?"... Eu disse: "Estou a pensar no Paraty"...
VL - Bem, o gajo está f... (...) O Paraty então não consegues, não é?
PS - O Paraty não pode ser. (...) Até para os árbitros restantes, diziam assim: "É pá, que diabo, este gajo tem tantos internacionais e não tem mais nenhum livre, pá?!".(...)
VL - Eu nem dá para falar muito ao telefone, que ele começa para lá a desancar. (...) Mas qual é o gajo que o Porto não quer?! O Porto quere-os todos, pá! Qualquer um lhe serve!
PS - É... Por acaso é verdade...
VL - O Porto quer lá saber disso!
PS - Se é o Lucílio... Se fosse o Lucílio, era o Lucílio, se fosse o António Costa, era o António Costa...
VL - Ao Porto qualquer um serve!
Não é que era verdade!! As transcrições que vêm hoje n'"O Público" são taxativas. O Presidente do Benfica estava, e está, bem por dentro de tudo o que se passa de sujo no futebol Português. Depois disto, nunca mais desconfiarei desse senhor.
in "O Público"
Partes das escutas telefónicas onde é interveniente Luís Filipe Vieira. Os seus interlocutores são Valentim Loureiro e Pinto de Sousa
Luís Filipe Vieira (LFV) - Eu não quero entrar mais em esquemas nem falar muito...(...)
Valentim Loureiro (VL) - Eu penso que ou o Lucílio... o António Costa, esse Costa não lhe dá... não lhe dá nenhuma garantia?
LFV - A mim?! F.., o António Costa? F... Isso é tudo Porto!
VL - Exacto, pronto! (...) E o Lucílio?
LFV - Não, não me dá garantia nenhuma o Lucílio!
VL - E o Duarte?
LFV - Nada, zero! Ninguém me dá!... Ouça lá, eu, neste momento, é tudo para nos roubar! Ó pá, mas é evidente! Mas isso é demasiado evidente, carago! Ó major, eu não quero nem me tenho chateado com isto, porque eu estou a fazer isto por outro lado.(...)
VL - Talvez o Lucílio, pá!
LFV - Não, não quero Lucílio nenhum!(...)
VL - E o Proença?
LFV - O Proença também não quero! Ouça, é tudo para nos f...!
VL - E o João Ferreira?
LFV - O João... Pode vir o João. Agora o que eu queria... (...) Disseram que era o Paulo Paraty o árbitro... O Paulo Paraty! Agora, dizem-me a mim, que não tenho preferência de ninguém (...) à última hora, vêm-me dizer que já não pode ser o Paulo Paraty, por causa do Belenenses.
Pinto de Sousa - A única coisa que eu tinha dito ao João Rodrigues é o seguinte... É pá, há quinze [dias] ou três semanas, ele perguntou-me: "Quem é que você está a pensar para a Taça?"... Eu disse: "Estou a pensar no Paraty"...
VL - Bem, o gajo está f... (...) O Paraty então não consegues, não é?
PS - O Paraty não pode ser. (...) Até para os árbitros restantes, diziam assim: "É pá, que diabo, este gajo tem tantos internacionais e não tem mais nenhum livre, pá?!".(...)
VL - Eu nem dá para falar muito ao telefone, que ele começa para lá a desancar. (...) Mas qual é o gajo que o Porto não quer?! O Porto quere-os todos, pá! Qualquer um lhe serve!
PS - É... Por acaso é verdade...
VL - O Porto quer lá saber disso!
PS - Se é o Lucílio... Se fosse o Lucílio, era o Lucílio, se fosse o António Costa, era o António Costa...
VL - Ao Porto qualquer um serve!
quinta-feira, setembro 07, 2006
Bush e o 24
Pode ler-se no site da TSF:
"A directora da secção portuguesa da Amnistia Internacional não ficou surpreendida com a existência de prisões secretas geridas pela CIA, facto admitido na quarta-feira pelo presidente norte-americano.
Ouvida pela TSF, Cláudia Pedra revelou que a Amnistia Internacional já há muito investigava este assunto e procurava a sua localização.
«Embora só agora tenha sido admitida a existência destas prisões, esperamos que esta admissão pública seja o fim delas, Já há muito que pedíamos que fossem encerradas, uma vez que são locais privilegiados para os maus tratos e a tortura», acrescentou."
Duvido que a Cláudia Pedra, pessoa experiente nestas questões de Direitos Humanos, acredite que esta admissão possa ser o início do fim das prisões secretas. O que se passa é que, neste momento, preparado o terreno da opinião pública por constantes avisos de ameaças terroristas e por produtos como o 24, a administração Bush acredita que a existência destas prisões secretas não fará mossa à sua popularidade. Basta ter atenção às justificações apresentadas na comunicação. Quase conseguimos ver Jack Bauer a obter resultados nessas prisões.
Jack Bauer, na vertigem de ter de salvar o mundo duas vezes em 24 horas, passa a ferro quaisquer direitos e/ou garantias. A tortura e execução são apresentados como formas, legitimadas pelas circunstâncias, de obter resultados. O herói "sacrifica-se" a praticá-las, mas com uma indiferença assustadora. E na linha do 24 temos inúmeras séries e filmes em que as garantias aparecem como obstáculos aproveitados pelos "malfeitores" e que devem ser ignoradas ou contornadas. Entre outras temos a série "The Shield" ou o filme "Man on Fire".
Caminhamos para uma sociedade em que um presidente em vez de se tentar justificar por ter prisões secretas terá de se justificar por as não ter.
"A directora da secção portuguesa da Amnistia Internacional não ficou surpreendida com a existência de prisões secretas geridas pela CIA, facto admitido na quarta-feira pelo presidente norte-americano.
Ouvida pela TSF, Cláudia Pedra revelou que a Amnistia Internacional já há muito investigava este assunto e procurava a sua localização.
«Embora só agora tenha sido admitida a existência destas prisões, esperamos que esta admissão pública seja o fim delas, Já há muito que pedíamos que fossem encerradas, uma vez que são locais privilegiados para os maus tratos e a tortura», acrescentou."
Duvido que a Cláudia Pedra, pessoa experiente nestas questões de Direitos Humanos, acredite que esta admissão possa ser o início do fim das prisões secretas. O que se passa é que, neste momento, preparado o terreno da opinião pública por constantes avisos de ameaças terroristas e por produtos como o 24, a administração Bush acredita que a existência destas prisões secretas não fará mossa à sua popularidade. Basta ter atenção às justificações apresentadas na comunicação. Quase conseguimos ver Jack Bauer a obter resultados nessas prisões.
Jack Bauer, na vertigem de ter de salvar o mundo duas vezes em 24 horas, passa a ferro quaisquer direitos e/ou garantias. A tortura e execução são apresentados como formas, legitimadas pelas circunstâncias, de obter resultados. O herói "sacrifica-se" a praticá-las, mas com uma indiferença assustadora. E na linha do 24 temos inúmeras séries e filmes em que as garantias aparecem como obstáculos aproveitados pelos "malfeitores" e que devem ser ignoradas ou contornadas. Entre outras temos a série "The Shield" ou o filme "Man on Fire".
Caminhamos para uma sociedade em que um presidente em vez de se tentar justificar por ter prisões secretas terá de se justificar por as não ter.
quarta-feira, setembro 06, 2006
Porque Quem Cala Consente
Fazer reféns é, para além de uma violação clara dos Direitos Humanos e da lei internacional, uma das formas mais abjectas de lutar por uma causa. Qualquer que seja a causa.
Que o PCP dê cobro a esse tipo de acções, infelizmente, já não me admira. Como também não me admira que a blogosfera se tome a dianteira na sua rejeição. Rejeição do acto e do apoio tácito. Assim, gostaria de juntar também o meu protesto ao coro que se tem vindo a formar e ao apelo à libertação dos reféns.
Porque os ideais comunistas não deviam estar acima dos ideias humanitários, o PCP devia retratar-se do seu comportamento.
Para além dos sequestros, as FARC matam civis indiscriminadamente. Seguem-se dois exemplos recentes retirados do site da AI.
******
AMNESTY INTERNATIONAL
Public Statement
AI Index: AMR 23/007/2006 (Public)
News Service No: 051
28 February 2006
Colombia: Amnesty International Condemns Deliberate Killings of Civilians by FARC Guerrillas
The recent spate of killings of civilians is a serious and deliberate breach of international humanitarian law, Amnesty International said today in response to reports of killings of civilians attributed to the Revolutionary Armed Forces of Colombia, Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC), in the departments of Caquetá and Huila.
On 27 February, FARC guerrillas allegedly killed at least eight councillors in Rivera Municipality, Huila Department. The killings took place when armed men opened fire on the councillors during a council meeting. This attack follows repeated FARC threats warning councillors in Huila Department and other regions of Colombia to resign or be killed.
The killings followed an alleged FARC attack on a bus in Caquetá Department on 25 February in which at least nine civilians were killed, including two children. This attack took place after the FARC declared a ban on the movement of all vehicles in the region. In the past, FARC guerrillas have burned vehicles and killed civilians who have ignored similar bans on the movement of vehicles.
[...]
******
AMNESTY INTERNATIONAL
Public Statement
AI Index: AMR 23/017/2005 (Public)
News Service No: 145
27 May 2005
Colombia: Targeting of civilians by armed groups is a serious violation of International Humanitarian Law
If it is confirmed that guerrilla forces of the Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia, (FARC), Revolutionary Armed Forces of Colombia, were responsible for the killing of five councillors and the secretary of the town council, this would represent yet another demonstration of blatant disregard for international humanitarian law by this armed group.
According to press reports, on 24 May 2005, FARC guerrillas entered the municipality of Puerto Rico in the south-eastern Colombian department of Caquetá and shot dead José Ausencio Olarte, Willard Villegas, Gerardo Collazos, Silvio Mesa and John Ferney González, town councillors in the department of Caquetá. Germán Rodríguez, a town council secretary was also killed. Survivors say the FARC were responsible.
[...]
In recent years FARC guerrillas have repeatedly threatened to kill councillors and other state representatives in the department of Caquetá and other parts of Colombia. They have been responsible for death threats and numerous killings of state representatives.
[...]
Que o PCP dê cobro a esse tipo de acções, infelizmente, já não me admira. Como também não me admira que a blogosfera se tome a dianteira na sua rejeição. Rejeição do acto e do apoio tácito. Assim, gostaria de juntar também o meu protesto ao coro que se tem vindo a formar e ao apelo à libertação dos reféns.
Porque os ideais comunistas não deviam estar acima dos ideias humanitários, o PCP devia retratar-se do seu comportamento.
Para além dos sequestros, as FARC matam civis indiscriminadamente. Seguem-se dois exemplos recentes retirados do site da AI.
******
AMNESTY INTERNATIONAL
Public Statement
AI Index: AMR 23/007/2006 (Public)
News Service No: 051
28 February 2006
Colombia: Amnesty International Condemns Deliberate Killings of Civilians by FARC Guerrillas
The recent spate of killings of civilians is a serious and deliberate breach of international humanitarian law, Amnesty International said today in response to reports of killings of civilians attributed to the Revolutionary Armed Forces of Colombia, Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC), in the departments of Caquetá and Huila.
On 27 February, FARC guerrillas allegedly killed at least eight councillors in Rivera Municipality, Huila Department. The killings took place when armed men opened fire on the councillors during a council meeting. This attack follows repeated FARC threats warning councillors in Huila Department and other regions of Colombia to resign or be killed.
The killings followed an alleged FARC attack on a bus in Caquetá Department on 25 February in which at least nine civilians were killed, including two children. This attack took place after the FARC declared a ban on the movement of all vehicles in the region. In the past, FARC guerrillas have burned vehicles and killed civilians who have ignored similar bans on the movement of vehicles.
[...]
******
AMNESTY INTERNATIONAL
Public Statement
AI Index: AMR 23/017/2005 (Public)
News Service No: 145
27 May 2005
Colombia: Targeting of civilians by armed groups is a serious violation of International Humanitarian Law
If it is confirmed that guerrilla forces of the Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia, (FARC), Revolutionary Armed Forces of Colombia, were responsible for the killing of five councillors and the secretary of the town council, this would represent yet another demonstration of blatant disregard for international humanitarian law by this armed group.
According to press reports, on 24 May 2005, FARC guerrillas entered the municipality of Puerto Rico in the south-eastern Colombian department of Caquetá and shot dead José Ausencio Olarte, Willard Villegas, Gerardo Collazos, Silvio Mesa and John Ferney González, town councillors in the department of Caquetá. Germán Rodríguez, a town council secretary was also killed. Survivors say the FARC were responsible.
[...]
In recent years FARC guerrillas have repeatedly threatened to kill councillors and other state representatives in the department of Caquetá and other parts of Colombia. They have been responsible for death threats and numerous killings of state representatives.
[...]
terça-feira, setembro 05, 2006
O Circo Chegou à Cidade
José Maria Martins, rei dos expedientes para atrasar processos, clama no seu blog pela existência de uma entidade supra nacional que, a exemplo da FIFA, garantisse sob ameaça (vale a pena ler a lista de propostas de sanções) o fim rápido dos processos.
Quanto ao resto do blog, é indescritível.
By the way, ele inicia a resposta aos comentários com "Caro Fâ" (comentários por ele seleccionados/moderados - estou na expectativa para ver se o meu aparece). Não é uma delícia?
Quanto ao resto do blog, é indescritível.
By the way, ele inicia a resposta aos comentários com "Caro Fâ" (comentários por ele seleccionados/moderados - estou na expectativa para ver se o meu aparece). Não é uma delícia?
Ana Gomes Sai mais uma Vez em Defesa do Governo
Só os voos da CIA já justificavam o Aeroporto da OTA, terá dito a deputada exibindo uma carta de Freitas do Amaral.
segunda-feira, setembro 04, 2006
Sinais de Recuperação
O Afeganistão parece dar por fim sinais de recuperação, mostrando que afinal a estratégia delineada não estava assim tão errada. Segundo as Nações Unidas, a produção de ópio irá aumentar este ano 49% estabelecendo um novo recorde. E como diria o nosso primeiro-ministro, o importante é que a recuperação económica parece vir de onde deve: das exportações.
O Caso Plutão
Não se conformando com a desclassificação "na secretaria", Plutão vai recorrer da decisão da IAU (União Astronómica Internacional), não passível de recurso para nenhuma instância Astronómica, para os tribunais comuns. A FIFA (Federação Internacional do Funcionalismo Astronómico) já ameaçou excluir todos os planetas da Via Láctea de todas as observações astronómicas (tanto profissionais como amadoras) até que Plutão desista do recurso. O problema é que tal parece improvável. Segundo o representante do planeta "lá por sermos esféricos, não quer dizer que nos chutem daqui para fora".
domingo, setembro 03, 2006
Ceres Rectificação
Fui alertado pelo João Pedro do Ruminaçœs Digitais, a quem agradeço, para um erro nas imagens que tinha colocado neste Blog como pertencentes a Ceres. Aqui fica a rectificação.
Ceres
Ceres
sexta-feira, setembro 01, 2006
Só para Lembrar
As obras do túnel do Rossio estavam planedas para terminar em Junho deste ano (ver comunicado da REFER).
"O que é de interesse de todos nem sempre interessa a ninguém"
quinta-feira, agosto 31, 2006
Mais Calatrava - Torre de Comunicações de Barcelona
Torre de Comunicações em Barcelona Montjuic
O conjunto da obra dele pode ser encontrado no site oficial. Delirante!!
quarta-feira, agosto 30, 2006
Portugal (e não só) em Fotos
De regresso de Bilbao onde fui para ver o Guggenheim e onde me deparei com uma ponte pedonal do Santiago Calatrava decidi dar mais atenção à nossa (dele) Gare do Oriente. Deparei-me então com este site. Se Portugal fosse estrangeiro havíamos de estar todos a fazer fila para o visitar.
By the way, aqui fica a dita ponte:
Ponte Pedonal em Bilbao desenhada pelo Calatrava - ao fundo vê-se o Guggenheim de Frank Guery
By the way, aqui fica a dita ponte:
Ponte Pedonal em Bilbao desenhada pelo Calatrava - ao fundo vê-se o Guggenheim de Frank Guery
De Lisboa a New Orleans
Fez um ano que o Katrina arrasou New Orleans. Lugar de cruzamento entre as culturas Francesa e Crioula (com um toque de novo mundo), quem já lá esteve sabe que mais do que os edifícios o mais grave é perder-se a vivência de New Orleans. Porque, mais do que nas varandas de ferro forjado ou as casas tipo colonial, são as gentes, o misticismo e a música que fazem de New Orleans uma paixão.
Passado um ano está quase tudo por fazer (a este propósito ver o post The American Way no Arrastão). Jorge W argumenta que muito se fez em um ano: é verdade. Por cá o Túnel do Metro (ou será do litro) meteu água já nem nos lembramos quando e está tudo na mesma; estão há dois anos a meter água nas obras do túnel ferroviário do Rossio e agora pedem(-nos) mais cinco. E como não há duas sem três, o Santana mostrou-nos mais uma vez como, em Lisboa, não se faz um buraco sem levarmos um banho.
A diferença entros os nossos buracos no solo e os buracos nos diques na capital do Luisiana é que com estes, bem ou mal, nós podemos. Nem Orleans foi evacuada. Se não arranjarem depressa motivo para as pessoas voltarem, bem que podem reconstruir as casas e as ruas que só servirão para passear o rato Mickey em mais uma cidade de faz e conta.
A mítica Canal Street fazendo jus ao seu nome
Passado um ano está quase tudo por fazer (a este propósito ver o post The American Way no Arrastão). Jorge W argumenta que muito se fez em um ano: é verdade. Por cá o Túnel do Metro (ou será do litro) meteu água já nem nos lembramos quando e está tudo na mesma; estão há dois anos a meter água nas obras do túnel ferroviário do Rossio e agora pedem(-nos) mais cinco. E como não há duas sem três, o Santana mostrou-nos mais uma vez como, em Lisboa, não se faz um buraco sem levarmos um banho.
A diferença entros os nossos buracos no solo e os buracos nos diques na capital do Luisiana é que com estes, bem ou mal, nós podemos. Nem Orleans foi evacuada. Se não arranjarem depressa motivo para as pessoas voltarem, bem que podem reconstruir as casas e as ruas que só servirão para passear o rato Mickey em mais uma cidade de faz e conta.
A mítica Canal Street fazendo jus ao seu nome
terça-feira, agosto 29, 2006
Verde Futuro...
Não, não é um anúncio ao BES.
O Pingo Doce passou a cobrar 0,02€ por cada saco. É verdade que este facto tem deixado enervados aqueles clientes que gostam de embalar uma peça por saco, porque "dão sempre jeito". Mas a verdade é que estes sacos, um pouco maiores, passaram a deixar as lojas cheios e bem aproveitados.
O ambiente agradece, e o futuro promete ser mais verde.
O Pingo Doce passou a cobrar 0,02€ por cada saco. É verdade que este facto tem deixado enervados aqueles clientes que gostam de embalar uma peça por saco, porque "dão sempre jeito". Mas a verdade é que estes sacos, um pouco maiores, passaram a deixar as lojas cheios e bem aproveitados.
O ambiente agradece, e o futuro promete ser mais verde.
segunda-feira, agosto 28, 2006
Quem Parte e Reparte...
Atendimento na função pública prioritário para advogados e solicitadores.
Terá alguma coisa a ver com o facto de em Portugal a Assembleia da República (e a política em geral) estar cheia de advogados?
(encontrado no Grande Loja do Queijo Limiano)
Terá alguma coisa a ver com o facto de em Portugal a Assembleia da República (e a política em geral) estar cheia de advogados?
(encontrado no Grande Loja do Queijo Limiano)
O Fruto Proibido
Ouvi hoje que a comissão organizadora das festas de Barrancos está em dúvida se terá condições para manter as festas no próximo ano. Parece que, passada a polémica, as festas e os touros de morte atraem pouca gente.
Salvo o devido exagero a que as comissões organizadoras sempre recorrem frente às câmaras de televisão (quem sabe para obter uns apoios ou patrocínios) não deixa de ser mais uma lição interessante a tirar.
Salvo o devido exagero a que as comissões organizadoras sempre recorrem frente às câmaras de televisão (quem sabe para obter uns apoios ou patrocínios) não deixa de ser mais uma lição interessante a tirar.
domingo, agosto 27, 2006
Promoções Automáticas (Rectificação)
Afinal depromoveram Plutão. Temos menos um planeta no sistema solar e nova confiança no que faz sentido.
segunda-feira, agosto 21, 2006
domingo, agosto 20, 2006
Deus numa Ambulância
Para quem me acusa de falar mal dos filmes todos que vejo (e que não vejo - porque não discrimino) aqui fica um contra-exemplo.
Vi só agora o Bringing Out the Dead (por um fio - em Português), um filme de 1999. Há muito que estava na minha lista de espera mas não tinha calhado.
A dupla Martin Scorsese/Paul Schrader (realizador/argumentista) estava já bem testada (Taxi Driver - 1976, Raging Bull - 1980) e voltou a funcionar. Nicolas Cage tem um papel à medida dele e tanto a Patricia Arquette como o John Goodman ou os menos conhecidos Ving Rhames e Tom Sizemore têm bons papeis secundários.
O filme conta a estória de um paramédico (Frank Pierce - Nicolas Cage), agora alcoólico, perseguido pelo fantasma de uma pessoa que não salvou. Let's Look at the Trailer:
Frank Pierce: Saving someone's life is like falling in love. The best drug in the world. For days, sometimes weeks afterwards, you walk the streets, making infinite whatever you see. Once, for a few weeks, I couldn't feel the earth - everything I touched became lighter. Horns played in my shoes. Flowers fell from my pockets. You wonder if you've become immortal, as if you've saved your own life as well. God has passed through you. Why deny it, that for a moment there - why deny that for a moment there, God was you?
Para ver ou rever.
Vi só agora o Bringing Out the Dead (por um fio - em Português), um filme de 1999. Há muito que estava na minha lista de espera mas não tinha calhado.
A dupla Martin Scorsese/Paul Schrader (realizador/argumentista) estava já bem testada (Taxi Driver - 1976, Raging Bull - 1980) e voltou a funcionar. Nicolas Cage tem um papel à medida dele e tanto a Patricia Arquette como o John Goodman ou os menos conhecidos Ving Rhames e Tom Sizemore têm bons papeis secundários.
O filme conta a estória de um paramédico (Frank Pierce - Nicolas Cage), agora alcoólico, perseguido pelo fantasma de uma pessoa que não salvou. Let's Look at the Trailer:
Frank Pierce: Saving someone's life is like falling in love. The best drug in the world. For days, sometimes weeks afterwards, you walk the streets, making infinite whatever you see. Once, for a few weeks, I couldn't feel the earth - everything I touched became lighter. Horns played in my shoes. Flowers fell from my pockets. You wonder if you've become immortal, as if you've saved your own life as well. God has passed through you. Why deny it, that for a moment there - why deny that for a moment there, God was you?
Para ver ou rever.
O que Andamos a Ler
sábado, agosto 19, 2006
Boooceeeejoooooo
Para que ainda duvida que o cinema não pode ser educativo deixo como exemplo o que ouvi hoje, à saída da sala de cinema, uma senhora dizer ao seu filho irrequieto:
- Se não te portas bem obrigo-te a ver outra vez o Miami Vice.
Pois é: practicamente sem argumento, personagens sem profundidade e diálogos paupérrimos. Que sono!
- Se não te portas bem obrigo-te a ver outra vez o Miami Vice.
Pois é: practicamente sem argumento, personagens sem profundidade e diálogos paupérrimos. Que sono!
Jogos Olípicos 2008 Pequim
Sentido Contrário
Estive a ver mais um "documentário" sobre Roswell. Nunca deixará de me fascinar que milhares (milhões?) de pessoas acreditem que extra-terrestres viajaram pela galaxia toda para se "estamparem" nas sinuosas retas do deserto do Novo Mexico.
Autópsia a Alienígena
Autópsia a Alienígena
Power and Glory - Lou Reed
I was visited by The Power and The Glory
I was visited by a majestic hymn
Great bolts of lightning
lightning up the sky
Electricity flowing through my veins
I was captured by a larger moment
I was seized by divinity's hot breath
Gorged like a lion on experience
Powerful from life
I wanted all of it -
Not some of it
I saw a man turn into a bird
I saw a bird turn into a tiger
I saw a man hang from a cliff by the tips of his toes
in the jungles of the Amazon
I saw a man put a red hot needle through his eye
turn into a crow and fly through the trees
swallows hot coals and breathe out flames
and I wanted this to happen to me
We saw the moon vanish into his pocket
We saw the stars disappear from sight
We saw him walk across water into the sun
while bathed in eternal light
We spewed out questions waiting for answers
creating legends, religions and myths
Books, stories, movies and plays
all trying to explain this
I saw a great man turn into a little child
The cancer reduced him to dust
His voice growing weak as he fought for his life
with a bravery few men know
I saw isotopes introduced into his lungs
trying to stop the cancerous spread
And it made me think of Leda and The Swan
and gold being made from lead
The same power that burned Hiroshima
causing three legged babies and death
Shrunk to the size of a nickel
to help him regain his breath
And I was struck by The Power and The Glory
I was visited by a majestic Him
Great bolts of lightning lighting up the sky
as the radiation flowed through him
He wanted all of it
Not some of it
I was visited by a majestic hymn
Great bolts of lightning
lightning up the sky
Electricity flowing through my veins
I was captured by a larger moment
I was seized by divinity's hot breath
Gorged like a lion on experience
Powerful from life
I wanted all of it -
Not some of it
I saw a man turn into a bird
I saw a bird turn into a tiger
I saw a man hang from a cliff by the tips of his toes
in the jungles of the Amazon
I saw a man put a red hot needle through his eye
turn into a crow and fly through the trees
swallows hot coals and breathe out flames
and I wanted this to happen to me
We saw the moon vanish into his pocket
We saw the stars disappear from sight
We saw him walk across water into the sun
while bathed in eternal light
We spewed out questions waiting for answers
creating legends, religions and myths
Books, stories, movies and plays
all trying to explain this
I saw a great man turn into a little child
The cancer reduced him to dust
His voice growing weak as he fought for his life
with a bravery few men know
I saw isotopes introduced into his lungs
trying to stop the cancerous spread
And it made me think of Leda and The Swan
and gold being made from lead
The same power that burned Hiroshima
causing three legged babies and death
Shrunk to the size of a nickel
to help him regain his breath
And I was struck by The Power and The Glory
I was visited by a majestic Him
Great bolts of lightning lighting up the sky
as the radiation flowed through him
He wanted all of it
Not some of it
sexta-feira, agosto 18, 2006
Guerra do Líbano - Enquadramento
Para quem procura algum enquadramento e algumas respostas a questões menos mediatizadas, recomendo este link para um Q&A no site da Human Rights Watch. By the way, todo o site merece uma visita.
quinta-feira, agosto 17, 2006
Jesualdo Ferreira no FCP
Jesualdo Ferreira chega ao FCP abandonando o Boavista ao fim de poucos dias. Considero o Jesualdo Fereira um grande treinador com capacidade para fazer um grande trabalho no Porto e compreendo perfeitamente que prefira o Porto ao Boavista. No entanto senti-me desiludido, não sei porquê, tinha-o em melhor conta.
quarta-feira, agosto 16, 2006
Progressões Automáticas
Qual chefia da Função Pública, a União Internacional de Astrónomos prepara-se para resolver a questão de terem vindo a ser descobertos corpos celestes comparáveis a Plutão com a promoção destes últimos a planetas.
Assim passaríamos a ter 3 novos planetas: Caronte (a maior lua de Plutão), Xena (descoberto em 2003) e Ceres (o maior asteróide do sistema solar.
Plutão e Caronte
Xena
Ceres
Assim passaríamos a ter 3 novos planetas: Caronte (a maior lua de Plutão), Xena (descoberto em 2003) e Ceres (o maior asteróide do sistema solar.
Plutão e Caronte
Xena
Ceres
Petróleo a Preço de Saldo
Com o cessar fogo no Líbano o preço do Petróleo tem vindo a baixar consistentemente (vai no 3º dia consecutivo). Já só custa $73 mais trocos.
Ainda alguem se lembra do petróleo a $25? Basta recuar uns 5 anos.
Ainda alguem se lembra do petróleo a $25? Basta recuar uns 5 anos.
segunda-feira, agosto 14, 2006
War on TERRORble Desiases
Daily Show no seu melhor (que pena que a SIC tenha terminado a exibição desta série).
E Vão Quatro.
Naide Gomes foi segunda no salto em comprimento feminino.
Fomos o 8º país em medalhas e o 11º em pontuação. Se o Rui silva não se tivesse lesionado antes dos Europeus poderíamos ter tido mais duas medalhas.
De destacar ainda o Nelson Évora com uma 6ª posição no salto em comprimento e uma 4ª posição no triplo salto. As categorias técnicas começam a ganhar espaço.
Fomos o 8º país em medalhas e o 11º em pontuação. Se o Rui silva não se tivesse lesionado antes dos Europeus poderíamos ter tido mais duas medalhas.
De destacar ainda o Nelson Évora com uma 6ª posição no salto em comprimento e uma 4ª posição no triplo salto. As categorias técnicas começam a ganhar espaço.
domingo, agosto 13, 2006
Paf! Paf!!
Estava eu a percorrer a lista de blogs referenciados no Ruminações Digitais (aproveito para dar os parabens ao João Pedro pelos 3 anos de posts sempre estimulantes) e deparei-me com o pif-paf (blog que nunca tinha espreitado). O seu autor (Tiago Galvão) apresenta-se em sub-título do blog como conservador, deprimido e abstémio e no post que me saltou à vista (o bom e velho barbeiro) como conservador mais liberal, por oposição ao dito barbeiro mais reaccionário.
O post descreve como ele um dia "teve" de ir a um cabeleireiro unisexo para não esperar na fila do seu bom e conservador barbeiro de sempre. Ora, parece que o horror do Tiago por "bichas" não se fica por aí. Senão vejamos como ele descreve o funcionário que lhe calhou em sorte no dito cabeleireiro unisexo:
"[...]Enquanto me acariciava o cabelo, tive a confirmação: era aquilo a que as gentes vulgarmente chamam de um indivíduo efeminado. Nas palavras do grande pipi, um roto. Um larilas, um lele, uma bicha. Uma grande e valente bicha, que dava dois de mim e falava pelos cotovelos. Ainda por cima, uma bicha pacóvia. Pacóvia e de esquerda – combinação perfeita.[...]"
Fiquei sem perceber. Estará o desejo tão reprimido que qualquer contacto físico se transforme em carícia, há muito desejada e fortemente desmentida através de colecções de insultos? Ou é tudo "conservadorismo mais liberal"?
O post descreve como ele um dia "teve" de ir a um cabeleireiro unisexo para não esperar na fila do seu bom e conservador barbeiro de sempre. Ora, parece que o horror do Tiago por "bichas" não se fica por aí. Senão vejamos como ele descreve o funcionário que lhe calhou em sorte no dito cabeleireiro unisexo:
"[...]Enquanto me acariciava o cabelo, tive a confirmação: era aquilo a que as gentes vulgarmente chamam de um indivíduo efeminado. Nas palavras do grande pipi, um roto. Um larilas, um lele, uma bicha. Uma grande e valente bicha, que dava dois de mim e falava pelos cotovelos. Ainda por cima, uma bicha pacóvia. Pacóvia e de esquerda – combinação perfeita.[...]"
Fiquei sem perceber. Estará o desejo tão reprimido que qualquer contacto físico se transforme em carícia, há muito desejada e fortemente desmentida através de colecções de insultos? Ou é tudo "conservadorismo mais liberal"?
sexta-feira, agosto 11, 2006
Novas Normas de Segurança para Transporte Aéreo
Dada a descoberta de uma nova conspiração para fazer explodir aviões em voo, agora a uma escala inimaginável (estes investigadores são mesmo bons - conseguem descobrir planos inimagináveis), os EUA estão a adoptar para a aviação civil as normas que já aplicavam, com sucesso, nos voos Low-Cost da CIA. Estes voos, famosos pela frequência e cubertura global, são muito solicitados apesar de algumas queixas em relação ao cathering.
Imagem de um folheto promocional
Imagem de um folheto promocional
quinta-feira, agosto 10, 2006
E Vão Três...
Francis Obikwelu é o novo campeão da Europa dos 200m após duas finais distintas: numa Obikwelu corria contra relógio a tentar bater o seu record de Portugal, noutra todos os outros corriam pelas duas medalhas restantes.
Resultado: 20,01s nos 200m, novo record de Portugal e melhor marca do ano.
Resultado: 20,01s nos 200m, novo record de Portugal e melhor marca do ano.
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