Que não haja dúvida em relação à minha posição no que concerne ao referendo da IVG. Vou votar sim à despenalização e vou fazer campanha activa.
No entanto o PCP tem razão. Há questões que não se referendam. E o direito das mulheres a interromperem, numa fase precoce, uma gravidez indesejada não deve ser referendável. Não é aceitável o referendo quer se concorde, tratando-se de uma questão de direitos fundamentais das mulheres, quer se discorde, tratando-se de uma questão do direito à vida.
Não se referenda a Pena de Morte, não se referenda a Democracia, não se devia referendar a IVG.
O grande problema foi o primeiro referendo. Realizado o primeiro referendo o segundo é inevitável. A conjugação da vontade do aprendiz de Maquiavel Rebelo de Sousa de ter uma vitória política, aliada à vontade do Beato Guterres de dar mais uma oportunidade ao não, indo de encontro à sua convicção sobre o assunto, acabou por levar a esta situação em que teremos de referendar esta questão sempre que queiramos alterar a legislação.
Esperemos que não estejamos a criar um precedente que abra uma caixa de Pandora.
4 comentários:
Num país com maioria absoluta de extrema direita não me parece que o resultado do referendo fosse sim...
1º Acho que tens dos comentários mais sagazes que conheço, e por aqui me fico em relação à primeira parte do mail,
2º Preferia ter de esperar por uma mudança no parlamento a optar por referendar valores essenciais. Até porque qaundo se perde um referendo, regra geral, o período de nojo é superior a uma legislatura, pelo que podemos ter um dano maior.
eu voto sim. e só espero que não façam referendo para o casamento e adopção por casais homossexuais. senão por este andar, a liberdade de uns sobrepor-se-á sempre à liberdade dos outros.como tu dizes, é uma questão de direitos e de igualdade de direitos. Porém, na questão da despenalização da IVG não farei camapanha activa. Mas pode ser que me surpreenda.
A Democracia Representativa foi uma grande invenção. Por pior que sejam os políticos.
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