A Europa Ocidental está à 60 anos sem guerra. Claro que muitos desses países estiveram de alguma forma envolvidos em guerras nestes 60 anos, desde as guerras coloniais, às participações esporádicas em guerras como as Malvinas ou o Iraque, mas todas fora do território que compõe a actual União Europeia.
Sessenta anos sem guerra têm de deixar marcas. Para o bem e para o mal são cada vez mais as pessoas que só "conhecem" a guerra através de filmes, jogos e documentários. E não conhecer a guerra dá-nos a sensação de que a Paz é um dado adquirido, tal como a Liberdade e uma grande dose de Direitos Humanos.
A guerra tem mais encanto quando é virtual. Os espanhois perceberam isso depressa. Aos primeiros rebentamentos mudaram de vida e mandaram a guerra de volta para o noticiário das 8. Foram cobardes? Cometeram um erro no longo prazo? Talvez, mas estas avaliações também ganham perspectiva com o distanciamento, espacial ou temporal. Para um soldado britânico (mesmo que voluntário) a guerra no Iraque tem de certeza uma prioridade maior do que a 11ª posição para que os eleitores do Reino Unido a relegaram na classificação de importância nos temas em debate.
Em 60 anos passámos de constantes conflitos territoriais para lutas por fundos da PAC ou fundos de convergência numa macroestrutura que caminha rapidamente para um modelo federalizador de toda a Europa. E até a guerra está (trans)vestida de paz e os exércitos de forças de segurança. É assim que temos forças de manutenção de paz, polícias do mundo,etc.
Independentemente de todas as considerações estamos melhor assim e temos razões para comemorar estes 60 anos.
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