Pode ler-se no site da TSF:
"A directora da secção portuguesa da Amnistia Internacional não ficou surpreendida com a existência de prisões secretas geridas pela CIA, facto admitido na quarta-feira pelo presidente norte-americano.
Ouvida pela TSF, Cláudia Pedra revelou que a Amnistia Internacional já há muito investigava este assunto e procurava a sua localização.
«Embora só agora tenha sido admitida a existência destas prisões, esperamos que esta admissão pública seja o fim delas, Já há muito que pedíamos que fossem encerradas, uma vez que são locais privilegiados para os maus tratos e a tortura», acrescentou."
Duvido que a Cláudia Pedra, pessoa experiente nestas questões de Direitos Humanos, acredite que esta admissão possa ser o início do fim das prisões secretas. O que se passa é que, neste momento, preparado o terreno da opinião pública por constantes avisos de ameaças terroristas e por produtos como o 24, a administração Bush acredita que a existência destas prisões secretas não fará mossa à sua popularidade. Basta ter atenção às justificações apresentadas na comunicação. Quase conseguimos ver Jack Bauer a obter resultados nessas prisões.
Jack Bauer, na vertigem de ter de salvar o mundo duas vezes em 24 horas, passa a ferro quaisquer direitos e/ou garantias. A tortura e execução são apresentados como formas, legitimadas pelas circunstâncias, de obter resultados. O herói "sacrifica-se" a praticá-las, mas com uma indiferença assustadora. E na linha do 24 temos inúmeras séries e filmes em que as garantias aparecem como obstáculos aproveitados pelos "malfeitores" e que devem ser ignoradas ou contornadas. Entre outras temos a série "The Shield" ou o filme "Man on Fire".
Caminhamos para uma sociedade em que um presidente em vez de se tentar justificar por ter prisões secretas terá de se justificar por as não ter.
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